No Name Boys: PSP já tem imagens de videovigilância para identificar suspeitos de desacatos

Pirotecnia deflagrada dentro de restaurante obrigou à intervenção da PSP que foi recebida por “chuva” de garrafas de vidro e cocktails molotov. Polícia operado a ferimento grave na mão.

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Convívio dos No Name Boys acabou em desacatos com a PSP HUGO CORREIA / REUTERS
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Membros dos No Name Boys durante jogo de futsal João Silva
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As imagens de videovigilância na posse da Polícia de Segurança Pública (PSP) vão ser essenciais na identificação dos membros dos No Name Boys responsáveis pelos graves desacatos na noite deste sábado, 21 de Dezembro, durante um convívio do grupo num restaurante em Sintra.

De acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO junto de fonte desta força policial, a expectativa é de que as filmagens das câmaras de vigilância daquela área sejam suficientes para dar à PSP uma ideia clara dos responsáveis pelos desacatos e também pelo ferimento grave sofrido por um polícia numa mão, que obrigou o agente a cirurgia plástica na manhã deste domingo no Hospital Santa Maria.

As imagens de videovigilância serão também uma boa ferramenta para que as autoridades entendam melhor as dinâmicas deste grupo. Os No Name Boys pautam-se pelo secretismo, não exibindo uma liderança clara ou outro tipo de estrutura. Não são, de resto, uma claque reconhecida pelo Benfica nem estão legalmente registados, apesar da presença visível nos estádios – e publicidade negativa que trazem aos "encarnados".

Na noite de sábado, 500 membros do grupo organizado No Name Boys juntaram-se num convívio num restaurante em Sintra. Durante o jantar, foi deflagrado um pote de fumo e outros artefactos pirotécnicos no interior do restaurante, incidente que fez a gerência do estabelecimento pedir o auxílio da PSP. Os agentes destacados para este incidente foram recebidos por centenas de membros do grupo organizado munidos de garrafas de vidro, cocktails molotov e tochas.

Um dos agentes sofreu um corte profundo na mão direita, com o restante contingente a procurar assegurar que a ordem pública seria restaurada. Terá sido por isso que, apesar da vastidão do grupo de membros dos No Name Boys no local, a noite acabou sem pessoas detidas ou identificadas. Esse trabalho será feito agora, com mais calma, e com a ajuda dos spotters responsáveis pelo acompanhamento deste grupo organizado nos eventos desportivos.

Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, foi acusado em diversas ocasiões de dar benefícios a este grupo radical de adeptos, através do pagamento de deslocações e facilidades no acesso aos bilhetes. É considerado o grupo mais perigoso pelas autoridades, liderando o ranking de desacatos e incidentes nos estádios portugueses.

São também uma fonte de problemas nas deslocações do Benfica para jogos europeus, com incidentes de pirotecnia na bancada e confrontos fora do estádio. Na sua base estão sócios das "águias" com lugares anuais que se concentram numa das bancadas atrás da baliza no Estádio da Luz. As autoridades estimam que os No Name Boys possam ter até 3000 membros, distribuídos por várias regiões do país.

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