Albânia proíbe TikTok durante um ano por causa de morte de criança

É a restrição mais radical à rede social na Europa. Um jovem de 14 anos foi esfaqueado por um colega de escola. Na origem do ataque terá estado uma discussão nas redes sociais.

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TikTok rejeita qualquer associação da plataforma à violência entre jovens na Albânia Mike Blake / REUTERS
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A Albânia anunciou no sábado a suspensão por um ano do TikTok, a popular rede social baseada em vídeos curtos, na sequência da morte de um adolescente no mês passado que veio acentuar os receios da influência das redes sociais sobre as crianças.

A proibição, que faz parte de um plano mais abrangente para melhorar a segurança das escolas, vai entrar em vigor no início do próximo ano, informou o primeiro-ministro Edi Rama, depois de se ter encontrado com grupos de pais e professores de todo o país.

“Durante um ano vamos fechar [o TikTok] para toda a gente. Não haverá TikTok na Albânia”, afirmou Rama.

Vários países europeus, incluindo França, Alemanha e Bélgica, impuseram restrições no uso de redes sociais pelas crianças. Em Novembro, a Austrália aprovou uma das legislações mais duras de controlo das grandes tecnológicas, ao impor uma proibição total de acesso às redes sociais para crianças com menos de 16 anos.

Rama responsabilizou as redes sociais, e o TikTok em particular, por promover a violência entre os jovens dentro e fora das escolas.

A decisão do Governo vem na sequência do esfaqueamento até à morte de um jovem de 14 anos por um colega em Novembro. Os media locais relataram que o incidente aconteceu por causa de discussões entre ambos nas redes sociais e surgiram vídeos no TikTok de crianças a apoiar a violência.

“O problema de hoje não são as nossas crianças, o problema de hoje somos nós, a nossa sociedade, o problema é o TikTok e todos os restantes que estão a fazer as nossas crianças de reféns”, afirmou Rama.

O TikTok anunciou que procurar uma “clarificação urgente” por parte do Governo albanês. “Não detectámos qualquer prova de que o autor ou a vítima tenham contas no TikTok, e vários relatos confirmaram, na verdade, que os vídeos que estiveram relacionados com o incidente foram publicados noutra plataforma, e não no TikTok”, afirmou um porta-voz da empresa.