Falta de água na cadeia do Linhó teve origem em conduta improvisada há vários anos

Ruptura foi resolvida este sábado, mas chegou a ser necessária a ajuda dos bombeiros de Alcabideche que bombearam água directamente para as caldeiras da prisão.

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Estabelecimento prisional de Linhó tem quase 500 reclusos Paulo Pimenta
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Depois de quase seis dias com problemas, o abastecimento de água no Estabelecimento Prisional (EP) do Linhó, que alberga quase 500 reclusos, foi finalmente reposto este sábado por volta das 16h30. Em comunicado, a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) informou que a falta de água teve origem numa “conduta improvisada há alguns anos que não respeitava as normas técnicas”, e que provocou uma sucessão de rupturas nos últimos dias.

Porém, a DGRSP fez questão de sublinhar que durante toda a semana, a DGRSP e o Estabelecimento Prisional do Linhó asseguraram soluções alternativas e provisórias para reduzir o impacto no quotidiano de guardas e reclusos.

“Uma sucessão de rupturas levou à necessidade de proceder à utilização faseada e seccionada da água à população do Estabelecimento Prisional durante vários dias, sobretudo em duas áreas do EP. Contudo, foram sempre encontradas alternativas para assegurar o fornecimento de água para consumo próprio, para a higiene pessoal e para a limpeza dos espaços comuns”, lê-se no comunicado, que acrescenta que “apesar destes constrangimentos, a normalidade no quotidiano no EP foi garantida graças não só à disponibilização aos reclusos de água engarrafada e à permissão de acesso às torneiras dos pátios para uso sanitário, mas também atendendo à prestação permanente de informação, por parte da direcção e da chefia dos guardas do EP, sobre a situação e sobre as diligências em curso para a resolver”.

No mesmo documento, a DGRSP explica a cronologia dos acontecimentos. Segundo a DGRSP, no 16 de Dezembro,"foi detectada uma redução da pressão da água no EP, o que indiciou a existência de uma ruptura, tendo sido iniciados os trabalhos para a localizar”. Já no dia 17 de Dezembro, e uma vez identificada, “foi reparada a ruptura na canalização e reposto o fornecimento pelas 16h00”. No entanto, “por volta das 19h00, o fluxo de água voltou a diminuir, impedindo o abastecimento, em simultâneo, em todos os espaços prisionais”.

Esta situação levou a que se iniciassem novos trabalhos para identificar a segunda ruptura, que “apenas se conseguiu reparar no dia 18 de Dezembro pelas 23 horas, tendo sido fornecida água aos diferentes espaços do EP e encheu-se depósito”. Porém, no dia 19 de Dezembro “surgiram problemas de pressão da água na Ala B e no Pavilhão de Segurança, enquanto a Ala A tem o abastecimento regularizado”. Constatou-se que o depósito tinha perdido toda a água armazenada.

Segundo a DGRSP, reiniciaram-se os trabalhos de detecção de novas e distintas rupturas que foram sendo reparadas, sem que o problema ficasse solucionado. Na sexta-feira deu-se continuidade aos trabalhos de avaliação e de reparação. Foram estudadas e planeadas soluções alternativas e provisórias.

Foi já na madrugada, de 20 para 21, que “foi detectada nova fuga de água, afectando o abastecimento na ALA B e no Pavilhão de Segurança. Na Ala A o abastecimento de água manteve-se regularizado”.

“Os Bombeiros de Alcabideche, através de quatro autotanques colocados no exterior, bombearam água durante a manhã directamente para as caldeiras da Ala B e do Pavilhão de Segurança, o que permitiu que os reclusos, faseadamente, tivessem tomado banho e se reabastecessem de água”, descreve o comunicado.

Enquanto isso, foi finalmente possível detectar a fuga principal. E terá sido nesse momento que se descobriu que o verdadeiro problema estava “numa conduta improvisada, há muitos anos, numa canalização principal, com ferro em junção com PVC.” Reparado o problema, o abastecimento de água a todo o EP foi reposto pelas 16h30.

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