Ciclista atropelado mortalmente em Lisboa é Pedro Sobral, presidente da APEL
Alerta para o acidente dado pouco depois das 7h. Condutor da viatura entregou-se quatro horas após fugir do local, acompanhado de advogado.
O ciclista de 51 anos que morreu na manhã deste sábado, 21 de Dezembro, na sequência de um atropelamento em Lisboa é Pedro Sobral, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). Esta informação foi confirmada num comunicado enviado pela editora LeYa, que diz que esta morte é uma "perda com danos inultrapassáveis". Sobral era administrador das Edições Gerais na LeYa.
O atropelamento mortal aconteceu junto à Cordoaria Nacional, em Belém. De acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO junto dos Bombeiros Sapadores de Lisboa e da Polícia de Segurança Pública (PSP), o óbito de Pedro Sobral foi declarado ainda no local, com o suspeito deste atropelamento a fugir após o sinistro.
Pelas 11h30, o condutor acabaria por se entregar às autoridades, confirmou o porta-voz da PSP, o intendente Sérgio Soares. O suspeito apresentou-se na sede da Divisão de Trânsito da PSP em Lisboa, acompanhado por um advogado. Em declarações ao PÚBLICO, Sérgio Soares confirmou ainda existirem testemunhas oculares deste incidente, com os interrogatórios e recolha de perícias ainda a decorrer.
Pedro Sobral subiu a presidente da APEL em Novembro de 2021, depois de ter ocupado a vice-presidência desta associação durante três anos. Antes de chegar à APEL, foi director de marketing e vendas do Grupo Almedina e esteve ainda no grupo LeYa.
“O Pedro acreditava profundamente no poder dos livros e na liberdade da edição, valores com que ajudou a construir a LeYa. Um amigo de todas as horas e de todos os livros, de quem, hoje, nos começamos a despedir com doloroso e genuíno agradecimento”, afirmou Ana Rita Bessa, CEO da LeYa, citada no comunicado da empresa.
O alerta para o acidente foi dado pouco depois das 7h. Os bombeiros sapadores destacaram para o local uma viatura com seis elementos, enquanto a Divisão de Trânsito mobilizou pelo menos oito agentes para tomar conta da ocorrência.
Em média, mais de 450 peões são vítimas de atropelamentos com fuga anualmente, de acordo com dados da PSP e Guarda Nacional Republicana (GNR).
Esta contabilização, citada pelo Jornal de Notícias na passada segunda-feira, mostra ainda que nos últimos cinco anos morreram 40 pessoas neste tipo de sinistros com fuga dos condutores.