Quénia quer recorrer à fertilização in vitro para salvar rinocerontes brancos raros

Najin e Fatu são as duas últimas rinocerontes-brancos-do-norte do mundo, mãe e filha. O governo do Quénia procura agora novas formas de salvar a espécie criticamente ameaçada.

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O último macho da espécie morreu em 2018, sobrando apenas duas fêmeas THOMAS MUKOYA / REUTERS
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O Quénia tenciona utilizar técnicas de reprodução assistida para salvar da extinção o rinoceronte-branco-do-norte, uma espécie da qual restam apenas duas fêmeas em todo o mundo.

O Serviço de Vida Selvagem do Quénia anunciou, numa nota publicada na sua página oficial, que irá desenvolver embriões em laboratório e utilizar técnicas associadas às células estaminais com material antigo para ajudar a reproduzir os mamíferos raros.

“Se não forem tomadas medidas deliberadas para facilitar os esforços de recuperação, a espécie extinguir-se-á num futuro muito próximo”, refere a autoridade.

O turismo é a maior fonte receita do Quénia, a seguir às remessas da diáspora e às exportações agrícolas. As autoridades locais vão levar a cabo o projecto com a BioRescue, um grupo internacional liderado pelo Instituto Leibniz de Investigação Zoológica e da Vida Selvagem.

Como não há machos para a reprodução natural, os cientistas têm de recorrer a técnicas de reprodução assistida. As fêmeas têm 24 e 34 anos de idade, sendo a esperança média de vida dos rinocerontes em estado selvagem estimada entre 35 e 40 anos, informou o serviço de vida selvagem.

A caça furtiva dizimou a população mundial de rinocerontes, com a China e o Vietname entre as nações que alimentam a procura dos chifres dos animais, devido à crença de que estas espécies curam doenças como o cancro e até aliviam a ressaca.

Os cientistas produziram embriões puros de rinocerontes-brancos-do-norte que esperam que as mães de aluguer de outras espécies dêem à luz e ajudem a salvar a espécie criticamente ameaçada.