Brasil conquista 24 prêmios no X Festival Internacional O Cubo de Cinema, em Lisboa

Projeto independente de incentivo ao audiovisual em língua portuguesa completa 10 anos. Rio de Janeiro fica com a maior quantidade de troféus. Exibições dos filmes continuam pela internet.

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Clipe de "Timbete no Capim", filme de Julio Quinan, vencedor na categoria entretenimento. Produção de Itumbiara, Goiás Divulgação
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O Brasil foi o grande destaque na premiação do X Festival Internacional O Cubo de Cinema em Língua Portuguesa 2024, realizado em Portugal, conquistando 24 troféus. O Rio de Janeiro ficou na liderança, com oito prêmios, seguido por São Paulo, seis; Goiás, três; e Minas Gerais, dois. Obras de Ceará, Rio Grande do Norte e Pará tiveram uma vitória cada. A Europa foi representada por uma produção colaborativa entre Brasil e Alemanha. Os resultados foram divulgados nesta semana.

O festival é o um dos maiores projetos independentes de incentivo à produção audiovisual em língua portuguesa e, neste ano, completou 10 anos. A programação especial reuniu 32 filmes brasileiros, portugueses e um em colaboração com a Alemanha. Segundo o curador, Fabiano Cafure, a celebração de uma década do festival é um marco para a cultura entre os integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“Além de ser uma iniciativa inédita no campo do incentivo à produção de cinema para a internet, o festival O Cubo é inédito também por apoiar a criação de conteúdos em língua portuguesa”, diz. “São nove países, com 289 milhões de falantes no mundo”, acrescenta. Participaram do júri oficial os atores Leonardo Vieira, Mariana Ballardin, Sara Ribeiro e Thaís de Campos. As exibições presenciais aconteceram em Lisboa e as transmissões online seguem neste mês de dezembro.

Sensibilidade poética

Para Cafure, as produções independentes em língua portuguesa são diversas e têm ganhado destaque no Brasil e na Europa pela qualidade e sensibilidade poética. “O Brasil tem uma produção de cinema pujante. Realizadores de Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás têm conquistado cada vez mais protagonismo. Em Portugal, cineastas de Lisboa e Porto estão movimentando o audiovisual. O cinema resiste, e é gratificante abrir espaço para tantos talentos”, assinala.

Na avaliação do curador do festival, abrir espaço para a visibilidade internacional da produção cinematográfica dos países de língua portuguesa é um ato de resistência. “Nossos projetos nasceram da necessidade de dar visibilidade aos produtores independentes que não tinham muito para onde ir. Nunca tivemos patrocínio, e caminhamos assim por 10 anos”, frisa. E emenda: “Jamais imaginei que a gente fosse fazer 10 anos, porque é difícil. Muito menos congregando filmes de tantas cidades brasileiras. É cinema de raça, é cinema de guerrilha”.

O Festival Internacional O Cubo de Cinema em Língua Portuguesa é realizado pela Kreatori Filmes e tem produção geral em Portugal, Brasil e Estados Unidos. Veja a lista dos premiados:

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“Rio, Negro”, que fala da influência africana na história do Rio de Janeiro, venceu como melhor documentário Divulgação

> Melhor Figurino: Um Acorde para Despertar (Julio Quinan). De Morrinhos, Goiás.

> Melhor Fotografia: Mãos da Terra — A transformação da mandioca a farinha (Dalla Valente). De Aracati, Ceará.

> Melhor Produção: Nunca Estarei lá (Rodrigo Campos). De Mogi das Cruzes, São Paulo.

> Melhor Roteiro/ Documentário: Rio, Negro (Gabriel Barbosa, Fernando Sousa, Amanda Amaral). Do Rio de Janeiro.

> Melhor Roteiro/ Entretenimento: Pinguinics (Sérgio Martinelli). De São Paulo.

> Melhor Roteiro/ Ficção: O poético fim das mulheres que amei (Renan Amaral). Do Rio de Janeiro.

> Melhor Som Direto: O Entardecer (Rodrigo Frota, Thiago Oliveira). Do Rio de Janeiro.

> Melhor Trilha Sonora: Arte na Cidade (Onofre Bonesso Jr). De São Paulo.

> Menção Honrosa: Meu nome é Maalum (Luísa Copetti, Isabela Melone). Do Rio de Janeiro.

> Menção Honrosa: Cerne (Rafaé). Do Rio de Janeiro.

> Menção Honrosa: O Artista e a Força do Pensamento (Elder Fraga). De São Paulo.

> Menção Honrosa: Diálogos Indígenas do nosso tempo (Gustavo Guedes). De Natal, Rio Grande no Norte.

> Melhor Ator/ Ficção: Rogério Brito, de Fã Número 1 (Elder Fraga). De São Paulo.

> Melhor Ator Coadjuvante/ Ficção: Igor Cotrim, de O Sol da Liberdade (Bruno de Souza). Alfenas, Minas Gerais.

> Melhor Atriz/ Ficção: Carol Oliveira, de Eu, Nirvana (Roger Elarret). De Belém do Pará.

> Melhor Atriz Coadjuvante/ Ficção: Uriara Maciel, de Quarta-feira (João Pedro Prado, Bárbara Santos). Produção Brasil e Alemanha.

> Melhor Direção/ Documentário: Rio, Negro (Gabriel Barbosa, Fernando Sousa, Amanda Amaral. Do Rio de Janeiro.

> Melhor Direção/ Entretenimento: Julio Quinan, por Timbete no Capim. De Itumbiara, Goiás.

> Melhor Direção/ Ficção: Elder Fraga, por Fã Número 1. De São Paulo.

>Melhor Filme/ Entretenimento: Timbete no Capim (Julio Quinan). De Itumbiara, Goiás.

> Melhor Filme/ Experimental: Mi Casa és Mi Casa (Marcos Kuzka). Do Rio de Janeiro.

> Melhor Filme/ Documentário: Rio, Negro (Gabriel Barbosa, Fernando Sousa, Amanda Amaral). Do Rio de Janeiro.

> Melhor Filme/ Ficção: Fã Número 1 (Elder Fraga). De São Paulo.

>Melhor Filme/ Júri Popular: O Sol da Liberdade (Bruno de Souza). De Alfenas, Minas Gerais.

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