Trump vai exigir gasto de 5% na defesa aos países da NATO
Apenas 23 dos 32 membros da aliança conseguem alcançar a actual meta de 2%. Presidente-eleito vai exigir 5%, mas poderá “contentar-se” com uma subida para 3,5%.
Donald Trump vai exigir que os Estados-membros da NATO reservem 5% do seu Produto Interno Bruto para defesa e despesas militares. A informação foi avançada esta sexta-feira pelo Financial Times, que escreve que as autoridades europeias já foram informadas desta exigência pela equipa do Presidente-eleito dos Estados Unidos.
Os assessores de política externa de Trump partilharam estas intenções em reuniões com altos funcionários da União Europeia (UE) que decorreram este mês. Outro dos temas em cima da mesa terá sido a ajuda dos EUA à Ucrânia. Em Julho, ainda antes de vencer as eleições, Trump tinha prometido ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky “acabar com a guerra” se regressasse à Casa Branca. Mas, durante a campanha para as presidenciais, o Presidente-eleito ameaçou cortar a ajuda à Ucrânia, forçar Kiev a negociações de paz imediatas e deixar os aliados da NATO desprotegidos se não gastassem o suficiente em defesa.
Trump parece ter mudado de ideias desde que foi eleito, dizendo agora que pretende manter as ajudas militares dos EUA a Kiev após a sua tomada de posse, refere o jornal britânico, citando três fontes próximas do assunto.
Outro dos objectivos de Trump será exigir aos Estados-membros da NATO que dupliquem os gastos em defesa, sendo que apenas 23 dos 32 membros da aliança conseguem alcançar a actual meta de 2%, mas o Presidente-eleito "contentar-se-á" com uma subida para 3,5%.
Ainda esta quinta-feira, o Conselho Europeu, reunido em Bruxelas e pela primeira vez presidido por António Costa, garantiu o “compromisso inabalável” da União Europeia (UE) no apoio à Ucrânia face à invasão russa, pedindo uma “paz global, justa e duradoura”.
“Hoje, mais de mil dias após o início da invasão total da Rússia, o Conselho Europeu reafirma o seu apoio constante à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. Reafirma igualmente o compromisso inabalável da União Europeia de continuar a prestar apoio político, financeiro, económico, humanitário, militar e diplomático à Ucrânia e ao seu povo, durante o tempo que for necessário e com a intensidade que for necessária, [pois] a Rússia não pode prevalecer”, refere a instituição.
Volodymyr Zelensky também participou neste primeiro Conselho Europeu de Costa, que trouxe como novidade o método de trabalho dos líderes da União que, após receberem o Presidente ucraniano, se concentraram em temas como as migrações e o papel da UE no mundo, mas apenas num dia em vez dos até agora habituais dois.