Salvini absolvido de acusação de sequestro de migrantes

Tribunal de Palermo absolve Matteo Salvini, então ministro do Interior, por não permitir desembarque de migrantes do navio Open Arms em 2019.

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O vice-primeiro-ministro de Itália, Matteo Salvini, congratulou-se com a decisão do tribunal que o absolveu Igor Petyx / REUTERS
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Um tribunal de Palermo absolveu nesta sexta-feira o vice-primeiro-ministro de Itália Matteo Salvini da acusação de sequestro num caso que envolvia um barco de resgate de migrantes que impediu de atracar em Itália, em 2019.

Salvini, líder do partido de direita radical populista Liga e actual ministro dos Transportes, era acusado por ter impedido, durante 18 dias, o desembarque de 147 migrantes que estavam no navio Open Arms, quando era ministro do Interior, em Agosto de 2019.

De acordo com os três magistrados do tribunal de primeira instância de Palermo que julgaram este processo, e que estiveram esta sexta-feira reunidos durante cerca de oito horas, não ficaram provados os crimes de que Salvini era acusado, designadamente os delitos de sequestro de pessoas e omissão de actos oficiais.

O impasse do Open Arms terminou quando a procuradoria de Agrigento, na Sicília, ordenou que fosse permitido o desembarque dos requerentes de asilo, depois de uma inspecção que verificou que as pessoas bloqueadas se encontravam em graves condições físicas e mentais – várias tinham-se lançado ao mar nos dias anteriores, tendo sido levadas de novo para o navio.

Nessa altura, Espanha já esperava os ocupantes do Open Arms em Maiorca. Cinco países europeus, incluindo Portugal, ofereceram-se na altura para receber as pessoas a bordo; o caso marcou a primeira vez em que um país recusou o desembarque de um navio com migrantes mesmo quando havia já um acordo de distribuição por outros países.

O processo que agora termina durou três anos, com 24 audiências em que foram ouvidas 45 testemunhas.

“Depois de três anos, a Liga venceu, a Itália venceu. Defender a pátria não é um crime, mas um direito, disse Salvini, depois de conhecer a decisão. Vou continuar com mais determinação do que antes.”

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