EUA: Câmara dos Representantes aprova diploma orçamental e evita shutdown
Votação de última hora deixa de fora algumas exigências de Donald Trump e Elon Musk e recupera parte da proposta bipartidária abandonada durante a semana.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de maioria republicana, aprovou na sexta-feira um pacote legislativo que evitará a paralisia da administração federal norte-americana a partir da meia-noite (05h de sábado em Portugal continental), desafiando a exigência do Presidente-eleito, Donald Trump, de incluir uma suspensão do limite legal de endividamento.
O novo projecto de lei foi aprovado por 366 votos a favor e 34 contra, um dia após a rejeição de uma versão do diploma defendida por Trump, que encontrou a oposição em bloco dos democratas e, significativamente, de 38 congressistas republicanos.
O Senado, controlado pelos democratas, terá agora de voltar o projecto de lei para o encaminhar depois para o Presidente Joe Biden, para ser promulgado antes da meia-noite, hora a que o financiamento actual termina.
A versão actual da lei prolonga o financiamento do Governo e da administração federal até 14 de Março, reserva 100 mil milhões de dólares para estados recentemente atingidos por desastres naturais, e 10 mil milhões de dólares para agricultores. No entanto, não aumentará o tecto da dívida.
Evita-se assim um encerramento da actividade federal que teria consequências a vários níveis, a começar pela suspensão dos salários de milhões de funcionários federais, mas também o aumento das filas nos aeroportos em pleno Natal e final de ano.
O pacote agora aprovado na Câmara dos Representantes assemelha-se ao diploma bipartidário que foi abandonado no início desta semana após uma série de ataques de Elon Musk na rede social X, onde apelou ao chumbo da lei, um apelo a que se juntou mais tarde Donald Trump. Os democratas afirmam que uma das objecções de Musk estaria relacionada com constrangimentos a investimentos na China, acusando o multimilionário e apoiante de Donald Trump de conflitos de interesse, dada a actividade das suas empresas no gigante asiático.
O desfecho da curta crise legislativa representa uma primeira e significativa derrota de Trump a semanas do seu regresso à Casa Branca.