Certificados de Aforro sobem, mas os do Tesouro já estão abaixo de 10 mil milhões
Poupança das famílias tem aumentado, incluindo em depósitos a prazo, onde as taxas de juro têm vindo a cair.
O montante aplicado pelas famílias em Certificados de Aforro (CA) voltou a aumentar em Novembro, repetindo a variação positiva que já se tinha verificado em Outubro e que pôs fim a 11 meses de quedas consecutivas. Esta subida, de 263 milhões de euros, eleva o montante total aplicado neste produto do Estado para 34.391 milhões de euros.
As novas subscrições foram muito superiores aos 263 milhões de euros revelados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), uma vez que este valor corresponde a entradas líquidas na série F (a única em comercialização), não tendo em conta que o volume de resgates, a maioria por chegada à maturidade de aplicações anteriores, tem andado acima dos 200 milhões de euros mensais. Contudo, os dados desagregados de novas subscrições e resgates só são divulgados pelo IGCP, a agência que gere a dívida pública.
O crescimento do stock de CA dá-se depois da alteração aos limites de investimento, que entraram em vigor no início de Outubro, fixando a subscrição máximo na série F em 100 mil euros, o dobro dos 50 mil que vigoravam até agora. Já o limite máximo da série F acumulada com a série E passou a ser de 350 mil euros, acima dos 250 mil euros definidos até então.
A poupança das famílias tem crescido nos últimos meses, e é ainda mais relevante nos depósitos a prazo, que até há pouco tempo ofereciam taxas de juro médias superiores à dos CA. Entretanto, a remuneração dos produtos de poupança tem descido, seguindo a tendência das taxas de juro Euribor, maioritariamente utilizadas no crédito, tornado o investimento em CA mais apelativo.
Entretanto, a manter-se uma queda significativa da Euribor a três meses, a actual taxa de rentabilidade de 2,5% ilíquidos do CA também poderá diminuir, uma vez que existe uma correlação praticamente directa entre as duas taxas. De referir, no entanto, que este produto tem associado prémios de permanência, que acrescem à taxa-base, e que começam em 0,25%, a partir do segundo ano, e sobem até 1,75% nos dois últimos anos. Ou seja, nos 14.º e 15.º anos, período após o qual será automaticamente amortizado.
Em queda, há mais de três, está o saldo dos Certificados do Tesouro, produto que foi perdendo atractividade na sequência de alterações, feitas no passado, à sua taxa de remuneração. Em Novembro, o montante reduziu-se em 138 milhões de euros, para um valor inferior a 10 mil milhões de euros, ou, mais concretamente, para 9,87 mil milhões de euros.
Este último produto regista, assim, um saldo negativo entre novas entradas e saídas de poupanças, a maioria das quais por ter sido atingida a maturidade.