Pinto da Costa será testemunha na Operação Pretoriano

Tribunal aceitou inquirição do ex-presidente do FC Porto para memória futura. Fernando Madureira é acusado de criar clima de intimidação e medo para defender Pinto da Costa.

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Jorge Nuno Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto JOSE COELHO / LUSA
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Jorge Nuno Pinto da Costa será ouvido na Operação Pretoriano no dia 10 de Janeiro às 10h, de acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO. O pedido de audição do ex-presidente do FC Porto foi endereçado pela defesa de Fernando Saul, antigo oficial de ligação aos adeptos e arguido neste caso, e será replicado num segundo processo que opõe este ex-funcionário do clube aos portistas.

De acordo com a decisão judicial, documento a que o PÚBLICO teve acesso, a audição a Jorge Nuno Pinto da Costa terá apenas a presença dos sujeitos processuais que tenham interesse em assistir. Esta sessão será fechada ao público e comunicação social, sendo apenas obrigatória a presença de Ministério Público e defensores.

Pinto da Costa será ouvido para memória futura, num momento em que luta contra um cancro e enfrenta problemas de saúde. O ex-presidente do FC Porto esteve internado no hospital, depois de ser submetido a uma cirurgia ao fémur no hospital da CUF, no Porto.

"Considerando a avançada idade da testemunha comprovada através da junção de certidão do respectivo assento de nascimento, integrando a categoria de testemunha especialmente vulnerável, defere-se ao requerido, pelo que se determina que sejam tomadas declarações para memória futura à testemunha Jorge Nuno Lima Pinto da Costa", pode ler-se no despacho.

A Operação Pretoriano investiga os incidentes de violência ocorridos na Assembleia-Geral extraordinária do FC Porto de Novembro de 2023. O Ministério Público (MP) acusa o ex-líder dos Super Dragões, a mulher e vários outros elementos da claque de terem montado um clima de medo e intimidação que culminou em agressões a sócios portistas.

No total, foram constituídos 12 arguidos e todos respondem pelos mesmos 31 crimes: 19 de coacção agravada; sete de ofensa à integridade física no âmbito de espectáculo desportivo; três de atentado à liberdade de informação; um de instigação pública a um crime e outro de arremesso de objecto.

Fernando Madureira é o mais mediático do grupo. O homem de 49 anos foi líder da principal claque do FC Porto durante cerca de duas décadas, tornando-se uma das caras mais conhecidas do clube fora das quatro linhas. Começou a exibir um estilo de vida luxuoso, com carros topo de gama, férias de luxo e casas.

Além da violência na Operação Pretoriano, as autoridades investigam ainda um alegado esquema de bilhetes que Madureira liderava. A Operação Bilhete Dourado tem como ponto principal os ingressos cedidos pelo FC Porto ao abrigo do protocolo entre clube e claque para a venda a preços inflacionados. Há ainda uma terceira investigação que visa o antigo líder da claque, relativa a suspeitas de fraude fiscal que serviriam para mascarar estes supostos lucros ilícitos.

Toda a fase de instrução se realizou à porta fechada, por receios de confrontos entre membros dos Super Dragões e apoiantes dos arguidos.

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