Benfica acertou o calendário, mas ainda não o seu futebol

Os “encarnados” derrotaram o Nacional, na Choupana, numa partida que tinha sido interrompida, em Outubro, devido ao nevoeiro, e subiram ao segundo lugar da classificação.

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Bah e Di María, após o primeiro golo do benfica frente ao Nacional HOMEM DE GOUVEIA / EPA
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Está acertado o calendário da I Liga. Depois do Nacional-Benfica da 8.ª jornada do campeonato ter sido interrompido ao minuto 8 da primeira parte devido ao nevoeiro, nesta quinta-feira jogou-se o que faltava disputar dessa partida e o Benfica impôs-se à formação da casa de forma clara por 2-0. Sem grande brilhantismo, é verdade, mas o triunfo dos "encarnados" foi justíssimo, pois os insulares nunca causaram problemas.

A partida começou de um modo bem diferente da tradicional - lançamento de linha lateral para o Nacional, no local em que o jogo do dia seis de Outubro tinha sido interrompido. E foi devagar, devagarinho que o Benfica recomeçou a partida. Bruno Lage, aliás, pedia isso. O treinador do Benfica queria que a equipa burilasse mais as jogadas quando tinha a bola em seu poder, exigindo um futebol mais pausado e pensado aos seus jogadores que, face ao povoamento da zona central, algumas vezes optaram pelos lançamentos longos para o ataque (Pavlidis ou Akturkoglu), fazendo a bola sobrevoar a zona do meio-campo.

Isso desagradava a Lage e resultados práticos desse futebol foram poucos. Tirando apenas uma ou duas aproximações de relativo perigo para a baliza nacionalista, foi apenas à passagem dos 29’ que o Benfica foi capaz de criar a primeira verdadeira ocasião de golo, quando a bola foi conduzida por Kokçu que, pelo chão, serviu Pavlidis, com o grego a assistir Akturkoglu que obrigou o guarda-redes Lucas à primeira de algumas boas defesas.

Só a partir desse momento o futebol dos “encarnados” passou a andar mais pelos pés de Kokçu e de Aursnes e com isso notaram-se algumas melhorias. E também Di María passou a estar mais em jogo. E sabe-se como o argentino é importante para conferir um pouco mais de qualidade à equipa “encarnada”.

Foi precisamente dos pés do argentino que saiu o cruzamento para a cabeça de Akturkoglu (36’) e que só não deu em golo porque Lucas voltou a exibir-se a grande altura, o que voltaria a fazer já no período de compensação do primeiro tempo quando, numa saída falhada para o ataque do Nacional – que nunca importunou Trubin até ao intervalo – Akturkoglu obrigou o guarda-redes brasileiro a nova excelente defesa.

Penálti abre o caminho

A segunda parte trouxe um Benfica a pressionar um pouco mais à frente e a condicionar mais a saída para o ataque do Nacional. E foi dessa forma que Kokçu conseguiu ficar com a bola nos pés à entrada da área dos insulares, de onde rematou forte, acertando com estrondo na barra da baliza nacionalista.

Com o Nacional cada vez mais “apertado” foi num desses lances que o Benfica ganhou mais um livre no meio-campo adversário. E, com o “cerco” montado, os “encarnados” empurraram o seu adversário para ainda mais perto da sua baliza. Um deslize seria sinónimo quase certo de golo e foi isso que aconteceu: remate de Di María com a bola a bater no braço de Ulisses de forma evidente dentro da área. Penálti indiscutível que o argentino converteu aos 59’.

O Nacional tinha que fazer algo se quisesse alguma coisa do jogo e Tiago Margarido promoveu três alterações de uma só vez. As substituições coincidiram com um “desaparecimento” do Benfica, que voltou a cair na tentação de tentar controlar o jogo, à procura de chegar ao apito final com a vantagem (curta) conseguida antes. Na Vila das Aves, no fim-de-semana passado, isso custou-lhe três pontos. Mas este Nacional não mostrou, nem de perto, nem de longe, ter a capacidade que o AVS demonstrou nessa partida. Mais, ofereceu o segundo golo aos “encarnados”, quando Garcia fez um corte desastroso na área nacionalista, entregando a bola a Di María, que rematou fraco mas colocado e fez o 2-0.

O Benfica chegava a uma vantagem confortável e de muito mais fácil gestão. E foi com naturalidade e sem grandes sobressaltos que chegou ao fim do jogo - teve, aliás, mais uma flagrante oportunidade para marcar, mas o cabeceamento de Leandro Barreiro foi à barra depois de defesa de Lucas -, acertando o seu calendário, mais ainda sem acertar, completamente, a qualidade do seu futebol.

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