Hotéis com “optimismo moderado” para as festas: Alentejo lidera preços na Passagem de Ano

Hoteleiros estimam ocupações de 52% no Natal e 68% no final de ano. Madeira e Grande Lisboa em alta. Alentejo lidera os preços para a Passagem de Ano, com uma média de 283 euros por quarto.

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Mercado externo impulsiona Natal e Passagem de Ano nos hotéis portugueses Daniel Rocha
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“Os hoteleiros portugueses encaram o período de Natal e Réveillon com um optimismo moderado”, afirma Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP). Há um “abrandamento no ritmo de crescimento até 2023, no pós-pandemia”, admitiu, sublinhando ser “expectável”, uma vez que não é possível “continuar a crescer a dois dígitos”.

De acordo com o inquérito realizado pela associação ao sector, com 311 empreendimentos turísticos inquiridos, as reservas para o Natal situavam-se, em média, nos 38% e, para a passagem de ano, nos 50%. Já a taxa de ocupação, à data do inquérito, entre 15 de Novembro e 13 de Dezembro, apontava a estimativa nacional para 52% no Natal e 68% na viragem do ano, com regiões como a Madeira e a Grande Lisboa a destacarem-se acima da média.

Já no que diz respeito ao preço médio por quarto, os valores situam-se em 151 euros para o Natal e nos 202 euros para o réveillon, com o Alentejo a liderar os preços para a Passagem de Ano, com uma média de 283 euros por quarto.

Segundo o inquérito, os três principais mercados para este período, além do nacional, são Reino Unido, Espanha e Alemanha. Cristina Siza Vieira alertou ainda para alguma queda do mercado francês, que diz terem de acompanhar "com cuidado".

De acordo com um outro inquérito, realizado pelo Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT), será o mercado externo a impulsionar as receitas na hotelaria portuguesa na época festiva, com as perspectivas a revelarem-se mais optimistas.

“Durante as festividades, cerca de 70% dos profissionais prevêem aumentos significativos nas receitas provenientes do mercado externo”, aponta o instituto em comunicado, com o sector a “superar o desempenho de 2023”.

Segundo a análise do painel do IPDT, "as expectativas sobre o turismo interno prevêem que a actividade se mantenha alinhada com os níveis positivos registados no final de 2023", sendo que "tal equilíbrio assenta, sobretudo, na manutenção do número de dormidas (60%) e de turistas (65%), identificados pelos profissionais". Ainda assim, "mais de 20% dos inquiridos revelam maior optimismo, prevendo uma valorização nestes dois indicadores".

De acordo com o inquérito, realizado entre 4 e 18 de Outubro a um painel de 175 profissionais em funções de direcção e administração em várias áreas do sector, "apesar de o mercado interno demonstrar sinais de estabilidade em relação a 2023, destacam-se, ainda, perspectivas de crescimento na rentabilidade dos negócios", tendo em conta que "37% dos especialistas antecipam um aumento nas receitas turísticas e no RevPAR (receita por quarto disponível)" durante esta época.

Já "as projecções de final do ano para o mercado externo revelam-se mais optimistas, evidenciando um forte potencial de crescimento em todos os indicadores analisados pelo IPDT", sendo que, "neste âmbito, cerca de 70% dos especialistas antecipam um aumento significativo nas receitas turísticas e no RevPAR do mercado externo, quase o dobro do optimismo" alocado ao mercado interno.