A Figueira da Austrália, também conhecida por Figueira dos Amores, que faz parte do património vivo dos Jardins da Quinta das Lágrimas, em Santa Clara, Coimbra, foi eleita Árvore do Ano em Portugal, anunciou a União da Floresta Mediterrânica (UNAC).
A árvore vencedora foi plantada junto à Fonte dos Amores, o cenário do romance do rei Dom Pedro de Portugal e de Dona Inês de Castro. Foi plantada por um aristocrata coleccionador de árvores no século XIX, fruto de trocas de sementes com o Jardim Botânico de Sydney, diz um comunicado de imprensa da UNAC, uma união que representa os interesses dos produtores florestais do espaço mediterrânico português junto das instituições nacionais e europeias.
"Todos os anos a Figueira da Austrália é visitada por milhares de pessoas", nos Jardins da Quinta das Lágrimas. Com 2713 votos, foi a vencedora da edição nacional do concurso Árvore do Ano de 2024.
De nome científico Ficus macrophylla, esta árvore é também conhecida como figueira-estranguladora. Nativa das florestas chuvosas da costa Leste da Austrália, no seu habitat natural cresce mais frequentemente sob a forma de estranguladora do que de árvore, na copa de uma árvore hospedeira. A nova planta emite raízes que após tocarem o solo permitem que se torne autónoma e acabe por estrangular o hospedeiro. Mas esta figueira é amplamente utilizada como uma árvore ornamental em parques públicos e jardins em climas mais quentes, como na Califórnia, Portugal, Itália e Austrália.
O concurso que elegeu a Árvore do Ano 2025 registou 17.321 votos, distribuídos entre as dez árvores nacionais candidatas, que incluíam oliveiras, sobreiros, azinheiras, carvalhos e cedros.
Em segundo lugar na competição ficou a Oliveira do Mouchão (em Mouriscas, Abrantes, distrito de Santarém), que tem 3500 anos e teve 2470 votos. Em terceiro, o Sobreiro Centenário (em Abela, Setúbal), com 2342 votos.
"A Figueira dos Amores vai agora representar Portugal no concurso europeu Tree of the Year, cujas votações decorrerão online, no início de 2025.
As dez árvores que estiveram a concurso foram seleccionadas por um júri constituído por António Bagão Félix (economista), Rui Queirós (engenheiro silvicultor do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, nomeadamente dos processos de classificação de arvoredo de interesse público), Francisco Teotónio Pereira (produtor do programa Faça chuva ou faça sol) e João Maria Salgado de Goes (director da União da Floresta Mediterrânica – UNAC). A votação decorreu depois online.