Já morreram mais de 45 mil pessoas em Gaza desde Outubro de 2023
Só nas últimas 24 horas morreram mais de 50 pessoas no enclave palestiniano.
O ataque israelita na Faixa de Gaza já fez mais de 45 mil mortos desde o dia 7 de Outubro de 2023, adianta, nesta segunda-feira, o Ministério da Saúda de Gaza, que confirma também cerca de 107 mil feridos.
De acordo com as autoridades de saúde locais, só nas últimas 24 horas morreram 52 pessoas e 203 ficaram feridas. No norte de Gaza, que tem sido alvo de constantes ataques israelitas desde Outubro, há mais de 70 dias que as equipas de defesa civil não conseguem salvar ou retirar ninguém da zona, diz a Al-Jazeera.
Cerca de 70% das vítimas mortais na Faixa de Gaza são crianças e mulheres, segundo avança o relatório de Dezembro do Fundo de População das Nações Unidas. Ao longo dos meses, 1,9 milhões de pessoas foram sucessivamente desalojadas e deslocadas devido aos bombardeamentos.
Para além disso, mais de 70% das infra-estruturas, nomeadamente serviços de saúde, água e saneamento, foram destruídas e apenas 17 dos 36 hospitais estão a funcionar parcialmente, de acordo com o mesmo relatório. Há mais de 50 mil mulheres grávidas sem condições essenciais de sobrevivência e crescemCla os relatos de nascimentos prematuros e subnutrição de bebés.
Já nesta segunda-feira, o exército israelita confirmou o ataque contra a escola Ahmed Abdel Aziz em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, no qual morreram pelo menos 20 palestinianos, incluindo crianças, e voltou a acusar o Hamas de usar “escudos humanos". O Hamas, por sua vez, nega as acusações e considera-as um pretexto por parte de Israel para "justificar a morte indiscriminada de crianças", cita a Reuters. A escola era usada como abrigo de famílias deslocadas.
“As pessoas estavam em segurança, permanecendo nos seus abrigos depois de terem rezado a oração do jantar. Estavam sentadas, a dormir e permaneciam nos seus lugares”, disse à Reuters Manal Tafesh, cujo irmão e filhos estavam entre as vítimas mortais. “Os nossos filhos foram-se. A nossa juventude foi-se. Os nossos filhos foram-se embora e a nossa linhagem acabou. Quando é que esta escuridão vai acabar?”, acrescentou à porta da morgue.
Morreram 196 jornalistas. "Qual de nós será o próximo?"
Nas últimas 48 horas, morreram cinco jornalistas, em mais uma ronda de ataques contra a Faixa de Gaza. O agravar do conflito já vitimou 196 jornalistas, o maior número alguma vez registado durante um conflito.
Esta notícia tem gerado várias reacções entre os profissionais de comunicação social, em particular de membros do Sindicato de Jornalistas da Palestina e outros jornalistas em serviço no enclave. Ghalia Hamad, repórter da Al-Jazeera, escreveu no Facebook: "Iman Al-Shanti, depois Muhammad Baalousha, Muhammad Al-Qurinawi e um pouco antes de Ahmed Al-Louh. Uma longa semana para os jornalistas na Faixa de Gaza. Eles pagam o preço da palavra e da imagem com o seu sangue, carne e alma..."
Ahmed al-Batta, jornalista na Al-Araby TV que já perdeu vários familiares no conflito, recorreu à mesma rede social para se pronunciar: "O assassinato de cinco queridos colegas nas últimas 48 horas vai passar em branco, tal como o assassinato de 191 colegas jornalistas antes deles, vai passar sem um verdadeiro impacto nas agendas das organizações e órgãos de imprensa mundiais”. “Sabemos que a lista vai aumentar, mas qual de nós será o próximo a ser assassinado?”, concluiu.