“Um oásis no coração do Algarve”: a natureza das Alagoas Brancas tem novo site

As Alagoas Brancas têm um novo site e brochura, para dar a conhecer as “aves, répteis e anfíbios, insectos, mamíferos e as raridades da flora”.

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Alagoas Brancas Guillermo Vidal
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A zona húmida das Alagoas Brancas, perto da cidade de Lagoa, tem agora um site dedicado à fauna e flora deste “oásis de biodiversidade no coração do Algarve”, uma iniciativa da associação Almargem.

Conhecida pela “impressionante riqueza em avifauna”, com 143 espécies registadas, as Alagoas Brancas contam com “muitas outras espécies icónicas”, que “compõem uma complexa teia ecológica”. São ainda “o único local em Portugal onde ocorrem oito espécies botânicas importantes em simultâneo, e um dos poucos na Europa e no mundo com estas características”, aponta a associação em comunicado.

Tanto na nova plataforma como na brochura digital, disponível em português e em inglês, é possível ficar a conhecer algumas dessas espécies, como o caimão, o colhereiro, a lontra, a raposa-vermelha, a salamandra-de-costelas-salientes (“o maior anfíbio europeu), ou “raridades da flora”, como a estrela-de-água (considerada “muito rara”, “a maior população conhecida em Portugal está precisamente aqui”) ou a elatina-de-pés-grandes.

“As informações sobre as espécies, escritas numa linguagem clara e acessível, são acompanhadas de ilustrações científicas de Davina Falcão, João T. Tavares, Marcos Oliveira e Paula Gaspar”, detalha a Almargem na nota de imprensa. São ainda enumeradas algumas regras num código de conduta e várias dicas para facilitar a observação das espécies.

“A biodiversidade das Alagoas Brancas, já documentada em estudos e acções anteriores, justifica os esforços de protecção que vários movimentos cívicos e entidades levaram a cabo ao longo dos últimos anos, e o desejo de que esta seja, futuramente, uma área classificada”, defende a Almargem.

A iniciativa, lançada a 12 de Dezembro, faz parte do projecto “Alagoas Brancas: do conhecimento à acção”, candidatura financiada pelo Fundo Ambiental. Da candidatura fizeram ainda parte “uma série de outras acções, ao longo do mês de Novembro”, com o objectivo de “sensibilizar a população e aumentar o conhecimento público quanto à riqueza e valores naturais que aqui se encontram”, entre actividades com escolas, saídas de campo para o público geral, e acções de voluntariado.

De recordar que, em 2017, parte desta zona húmida esteve em risco, com o avanço do projecto de construção de um parque comercial no loteamento Alagoas Brancas, inscrito no Plano de Urbanização da Cidade de Lagoa pela autarquia local em 2008.

No entanto, o grupo de cidadãos Salvar as Alagoas Brancas, várias organizações ambientais e partidos políticos conseguiram travar o processo nos últimos anos, tendo culminado, já este ano, na assinatura por parte da autarquia de um contrato promessa de compra e venda com o proprietário do terreno para ali criar um parque natural, após um protocolo celebrado entre o município e o Fundo Ambiental.

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