Pedro Nuno Santos diz que alerta de Centeno é para “levar muito a sério”

Para o líder do PS, Mário Centeno “sabe do que fala” e “devemos dar muita atenção àquilo que diz” quando alerta para o risco de Portugal registar um défice orçamental no próximo ano.

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Pedro Nuno Santos avisa que os alertas do governador do Banco de Portugal têm de ser tidos em conta FILIPE AMORIM / LUSA
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu este sábado que é preciso "levar muito a sério" o alerta do governador do Banco de Portugal sobre a possibilidade de haver défice em 2025, porque "sabe do que fala".

"Acho que devemos levar muito a sério aquilo que diz o governador do Banco de Portugal (BdP)", afirmou o líder do PS, em declarações aos jornalistas, em Évora, à margem da sessão de apresentação de candidatos do partido no distrito de Évora às eleições autárquicas de 2025.

O secretário-geral socialista argumentou que o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, "é alguém com uma grande respeitabilidade, tem um histórico muito positivo, tem resultados" que "são reconhecidos em toda a Europa e em Portugal". "Portanto, devemos dar muita atenção àquilo que diz" Mário Centeno, porque, "quando ele fala, sabe do que fala", afiançou.

Questionado sobre se está pessimista ou optimista em relação às previsões económicas para o próximo ano, Pedro Nuno Santos contrapôs: "Eu acho que temos que ser realistas". "Temos que ouvir todas as pessoas e instituições e o BdP é uma instituição muito importante e, portanto, temos que levar mesmo a sério aquilo que diz um governador do Banco de Portugal", insistiu.

Na sexta-feira, o Banco de Portugal estimou que o país vai regressar a uma situação deficitária em 2025, com um défice de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que contraria as projecções do Governo de um excedente orçamental.

No mesmo dia, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse que o "tira-teimas" sobre as previsões do BdP só acontecerá no final de 2025, altura em que se verá se o Governo foi mais optimista do que o governador daquela instituição.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações em Lisboa, afastou este sábado preocupação com a possibilidade de haver défice em 2025 e disse que o governador do Banco de Portugal, desde ministro, sempre foi "muito exigente" e defensor de que "mais vale prevenir".