Consumir por meio dos aparelhos de tevê será nova tendência, acredita executivo

A plataforma brasileira Soul TV, com mais de 200 canais, lança o T-commerce, em que os consumidores podem comprar produtos relacionados aos programas que estão assistindo sem sair de casa.

Foto
Aparelhos de tevê serão os novos instrumentos para o consumo sem sair de casa Ana Marques Maia
Ouça este artigo
00:00
03:54

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

Acesso gratuito: descarregue a aplicação PÚBLICO Brasil em Android ou iOS.

O comportamento dos consumidores registrou profunda transformação depois da pandemia do novos coronavírus. A tecnologia passou a ditar os rumos das decisões de compras, com todas as facilidades que cativam os mais simples dos mortais. Ciente de que as transformações estão somente no começo e quem sair na frente da inovação ficará com um naco maior do mercado, a brasileira Soul TV, que agrega mais de 200 canais, com acesso em 197 países, lança, neste mês, um novo serviço: a possibilidade de quem estiver assistindo a qualquer programa fazer compras por meio do próprio aparelho de televisão.

“Imagine que a pessoa esteja assistindo a um jogo de futebol e um jogador faz um gol. Naquele momento, o espectador poderá comprar a camisa do time, uma bola como a do jogo, um item qualquer ligado à partida. Bastará mirar um QR Code que aparecerá na tela”, diz Ricardo Godoy, CEO da Soul TV. “Isso é o que chamamos de T-commerce, que está começando na China e, como sabemos, tudo o que explode por lá em termos de consumo e tecnologia, se esparrama pelo mundo pouco depois. Estamos nos antecipando a esse movimento”, acrescenta.

Na opinião do executivo, a televisão é o instrumento adequado para cativar os consumidores, pois está dentro de todas as casas e conjuga emoção e informação, de acordo com o que as pessoas querem ver. “Quando se fala do futuro da televisão, não tem como se escapar da lógica digital. E o que estamos fazendo é levar o e-commerce para o aparelho de tevê, entregando facilidades para os consumidores”, afirma Godoy. Ele ressalta que, entre os jovens, o consumo em lojas físicas está cada vez mais distante. “Vejo isso pela minha filha que, até a pandemia, só comprava em lojas físicas, hoje, faz tudo pela internet, porque acredita que há mais opções”, frisa.

Foto
Ricardo Godoy, CEO da Soul TV, quer atrair canais portugueses para a sua plataforma GINO PASQUATO

Portugal e África

A meta da Soul TV é estabelecer um de seus pilares em Portugal para desbravar mercados com grande potencial de crescimento, como os países de língua portuguesa na África. “Por enquanto, ainda estamos oferecendo apenas dois canais nessa região, um, de desenhos, outro, cultural”, assinala Godoy. Ele conta que boa parte dos canais disponíveis na Soul TV, que funciona como um streaming, são regionais. “Temos, por exemplo, um canal de Santos, São Paulo, voltado para a comunidade portuguesa local. Há um outro chamado ‘Assim é Portugal’. Não temos, porém, nenhum canal português na nossa plataforma. Mas queremos ter”, frisa.

Além do mercado de língua portuguesa, a Soul TV quer atrair cidadãos dos países latinos. “Esse público nos interessa muito, por isso, estamos investindo em canais em espanhol”, afirma o executivo. Ele lembra que a inteligência artificial terá papel preponderante nos negócios da empresa, uma vez que fará o trabalho de oferecer produtos aos espectadores de acordo com o programa que eles estão assistindo. “A tecnologia está por trás de tudo o que fazemos. Já fechamos acordo, inclusive, com fabricantes de televisão para avançarmos com o nosso projeto do T-commerce. Também teremos à disposição todas as formas de pagamentos digitais para as compras, inclusive, o PIX brasileiro”, complementa.

Godoy lembra que a primeira tentativa de se chegar ao modelo de negócio que hoje ele toca ocorreu há 13 anos. “O que mais ouvi à época foi que aquele não era o caminho. Ninguém acreditava nesse mundo novo em que estamos vivendo”, conta. A Soul TV só deslanchou com a entrada de um investidor brasileiro, que vivia na China e viu o que estava se passando por lá em termos de revolução no consumo. “Quando apresentei a minha proposta para ele, a resposta positiva veio em apenas 10 dias. E estamos aqui”, ressalta.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários