Preço do azeite deverá cair perto de 30% devido a aumento da produção, prevê o INE
Entrada em produção de novos olivais no Alentejo ajuda a explicar normalização do mercado.
Depois da subida vertiginosa nos últimos anos, o preço do azeite deverá terminar este ano com uma queda de 29,3% face à média de 2023, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), na primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura para 2024.
“O preço deverá registar [no ano de 2024] uma diminuição acentuada (-29,3%), comparativamente com os elevados preços praticados em 2023, como consequência do aumento da produção mundial de azeite e da normalização da oferta, avança o INE.
A esperada queda da média anual do preço do azeite em 2024 é explicada pelo aumento da produção de azeitonas praticamente na mesma ordem de grandeza (27,1%) para a campanha 2024/2025, em curso, graças “à entrada em produção de novos olivais no Alentejo”.
Na sequência do aumento da produção, o organismo diz que “é expectável, para o ano civil de 2024, um acréscimo de produção em volume (18,7%), em resultado da conjugação da excelente campanha anterior (2023/2024) com a boa campanha em curso (2024/2025)”.
A redução esperada no preço das azeitonas é de 29,5%, explicada, essencialmente, pela “normalização da procura de azeitona para azeite, que foi muito elevada nos anos anteriores, em resultado da escassez no mercado internacional”.
Segundo os dados publicados pela Comissão Europeia no passado dia 27 de Setembro, a produção de azeite na União Europeia (UE) deverá ser 9% superior à média dos últimos cinco anos, que foi muitíssimo afectada pelas campanhas 2022/2023 e 2023/2024.
A forte subida de preços do azeite dos últimos anos, particularmente influenciado por maus anos agrícolas, também levou a uma redução do consumo. Na vizinha Espanha, maior produtor mundial de azeite, o elevado preço explica que o óleo de girassol tenha passado a ser mais utilizado do que o chamado “ouro líquido”. Com Carlos Dias