Museu do Côa bate recorde de visitantes com subida de 7,5% face a 2023

A Fundação Côa Parque tem apostado em mostras temporárias, que têm vindo a mobilizar público, bem como nas novas descobertas de pinturas pós-paleolítico.

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Museu do Côa está aberto ao público desde Julho de 2010 nelson garrido
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O Museu do Côa e o parque arqueológico têm já um "número recorde" garantido de 125 mil visitantes, neste ano, um aumento de 7,5%, face a 2023, revelou a presidente da Fundação Côa Parque, crescimento que se tem vindo a afirmar nestes últimos dois anos. "Em 2023 tivemos 116 mil visitantes, neste ano registamos um aumento de 7,5%. E dado o número de reservas até ao final do ano, prevemos chegar às cerca de 125 mil visitas ao Museu do Côa e ao parque arqueológico", disse Aida Carvalho.

O Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), por razões de salvaguarda e conservação do "santuário" de arte rupestre, está limitado a um máximo de 15 mil visitantes por ano. Isto faz com que seja no Museu do Côa que exista "espaço para crescer em escala e em número" de visitantes, vincou Aida Carvalho.

A Fundação Côa Parque apostou assim, nos últimos anos, em mostras temporárias, que têm vindo a mobilizar público e que, em 2025, terão continuidade com "uma grande exposição" dedicada a Nadir Afonso e Amadeo de Souza-Cardoso, prevista para o segundo semestre.

Desde 2022, exposições como Mapas da Terra e do Tempo, de Graça Morais, e Paula Rego –​ Ruptura e Continuidade, que atingiu o número recorde de 60 mil visitantes em oito meses, têm vindo a mobilizar cada vez mais público para o Museu do Côa, num programa expositivo que contou ainda com Um Raio Contornando a Poeira, de Rui Horta Pereira, e em que se destacaram colectivas como Faca na Pedra Olho Solar, Formas Feitas de Nevoeiro Vivo e Dark Safari, dedicada à Colecção de Arte Contemporânea do Estado.

Aida Carvalho destacou ainda as novas descobertas de pinturas pós-Paleolítico, que veio provar a continuidade da ocupação humana deste território, desde o neolítico, ao longo de mais de 30 mil anos, e que também tem atraído "muitos visitantes".

"Esta variedade de oferta e as novas descobertas que contêm pinturas fez com que o Museu do Côa e o parque arqueológico tivessem registado uma afluência recorde de visitantes e investigadores. Outra das notas verificadas é que a revisitação a estes dois equipamentos foi igualmente reforçada", indicou Aida Carvalho.

Para 2025, Aida Carvalho perspectiva um "ano muito promissor", com uma programação que não só vai incluir Nadir Afonso e Amadeo de Souza-Cardozo, mas também criar residências artísticas, com a finalidade de manter artistas no território e de promover o seu envolvimento com o ecossistema e toda a arte existente. "Esta é uma forma de colocar na agenda internacional todas as actividades desenvolvidas em torno do Museu do Côa", frisou Aida Carvalho.

A investigação no Vale do Côa, com 30 bolsas de estudo em ambiente não académico, também vai prosseguir, esperando-se resultados em 2025.

O Museu do Côa, aberto ao público desde Julho de 2010, "constitui-se como o portal que permitirá aos visitantes começar a descobrir a arte rupestre dos vales do Côa e do Douro", abrindo uma perspectiva da relação da humanidade com a natureza e a emergência da expressão artística, desde há mais de 30 mil anos, como se lê no seu site.

O equipamento tem três salas de contextualização e introdução à temática expositiva e quatro salas onde é apresentado o tratamento monográfico da arte rupestre do Vale do Côa. As exposições temporárias, sempre dedicadas a expressões modernas ou contemporâneas, oferecem um contraponto à mostra permanente.

O museu é também um centro de acolhimento para investigadores: detém a maior biblioteca nacional dedicada à arte rupestre e os seus Serviços Educativos são pensados quer para o público escolar, quer para o público em geral.

O PAVC possui mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 30 mil anos, o que faz deste local a maior galeria do mundo de arte do Paleolítico Superior, agora complementada com manifestações posteriores.