Astérix e Obélix vão voltar a viajar em 2025, mas ainda não sabemos para onde
Os heróis gauleses estão prestes a deixar a sua aldeia invencível. Mais uma aventura pela mão do argumentista Fabcaro e do desenhador Didier Conrad. Novo livro sai em Outubro.
Em 2023 ficámos a conhecer Palavreadus, médico-chefe dos exércitos de César e guru de trazer por casa em O Lírio Branco, porventura um dos mais bem conseguidos álbuns das aventuras de Astérix e Obélix sem os seus autores originais, Albert Uderzo (desenho) e René Goscinny (argumento). No próximo ano há mais, embora não se saiba ainda para onde vão estes irredutíveis gauleses, nem que desafios terão de enfrentar.
Fabcaro (Fabrice Caro, guião) e Didier Conrad (desenho) estão já a trabalhar no 41.º título desta popular série de banda desenhada que tem marcado gerações de leitores, anunciaram este domingo as Éditions Albert-René, editora que tomou o nome dos criadores deste universo em que o grande império romano sai sempre derrotado por uma pequena aldeia que recusa render-se.
O próximo volume será publicado a 23 de Outubro de 2025 e levará os dois amigos a sair da sua aldeia para fazer uma viagem – é sempre assim, se num álbum ficam em casa, no seguinte vão passear – cujo destino é, para já, um segredo. Por agora sabe-se apenas, através do comunicado de imprensa posto a circular pela editora portuguesa, a Asa, que o novo livro trará belos encontros e experiências gastronómicas (será que alguém convenceu Obélix a desviar-se da sua dieta rica em carne em que o javali é rei?).
“Quando acompanhamos durante um álbum inteiro personagens que adoramos, ficamos um pouco tristes ao abandoná-las. Voltar a encontrá-las para passar de novo tempo com elas, especialmente num novo formato, o de viagem, enche-me de alegria! Segui-las ao longo da história foi como se tivesse regressado aos meus tempos de miúdo”, diz Fabcaro, também autor de outras BD como Le Steak Haché de Damoclès (2005), On n'est pas là pour Réussir (2012) ou Zaï zaï zaï zaï (2015), esta última particularmente bem recebida pelo público e pela crítica, na brevíssima entrevista que a Asa disponibilizou para aguçar a curiosidade dos leitores, que no caso dos heróis gauleses é o mesmo que dizer fiéis.
Nem só as personagens se divertem
Quando lhe pediram para fazer um segundo álbum – O Lírio Branco foi o seu primeiro livro com o pequeno herói francês e amigos, ao passo que Didier Conrad já lhe desenha as aventuras desde Astérix entre os Pictos (2013) – Fabrice Caro decidiu-se por fazer um que implicasse uma viagem para respeitar a alternância tradicional da série, mas também para juntar o útil ao agradável: “Primeiro, procurei um destino onde os nossos amigos nunca tivessem estado, mas também um lugar onde eu tivesse vontade de me embrenhar durante o processo de escrita. Não há razão para as personagens serem as únicas a divertirem-se!”
Conrad, que, tal como Astérix, nasceu em 1959, vai já para o sétimo livro do gaulês. Enquanto o argumentista diz estar já a mais de meio do trabalho, apesar de se reservar o direito de fazer alterações até à hora do volume ir para a gráfica, reconheceu à agência de notícias France-Presse (AFP), o desenhador está longe do fim. “Estou actualmente a finalizar os esboços a lápis e vou de seguida atacar a passagem a tinta, munido do meu fiel pincel Winsor & Newton e da minha tinta-da-China. Desenhar este álbum dá-me um enorme prazer e espero que o resultado agrade aos leitores”, disse na mesma entrevista que a Asa enviou às redacções.
À AFP garantiu que desenhar as personagens que saíram da imaginação de Uderzo e Goscinny “está a tornar-se mais natural, pouco a pouco”, mas ainda carece de um regresso ao passado: “De momento, não consigo desenhá-las de memória, assim, sem mais nem menos (...) Afinal, não é o meu estilo, por isso tenho de o reaprender um pouco de cada vez. Durante um ou dois meses tenho de revisitar o trabalho de Uderzo.”
Em 2025, Astérix será também o herói de uma série de animação “planeada para o primeiro semestre do ano” na Netflix, uma adaptação do álbum O Combate dos Chefes, realizada por Alain Chabat.