No decorrer do ano de 1971, condenado a percorrer os caminhos de um exílio dividido entre a França e a Itália, Mário Soares escreveu um livro, o célebre Portugal Amordaçado, obra maior de literatura política e texto-chave para a compreensão do percurso ulterior do seu autor. A origem do livro remonta ao período da deportação em São Tomé, o que ajuda a explicar o propósito explícito que animou a sua redacção: constituir um testemunho da resistência à ditadura fascista.