Síria: Portugal pede que “fim do inominável” regime de Assad conduza a transição pacífica

Ministro Paulo Rangel defende que a transição de poder deve ser inclusiva de todas as comunidades que vivem naquele país.

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Nelson Garrido
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou neste domingo que, tal como os parceiros europeus, segue de perto a situação na Síria, defendendo que "o fim do inominável" regime sírio do Presidente Bashar al-Assad "conduza a uma transição pacífica".

Numa declaração na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, realçou que a transição deve também ser "inclusiva", na linha da resolução 2254 do Conselho de Segurança, e que o povo sírio "tem direito à paz".

"Portugal, com os parceiros europeus, segue de perto a situação na Síria. O fim do inominável regime de Assad deve conduzir a uma transição pacífica e inclusiva de todas as comunidades, na linha da Resolução 2254 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O povo sírio tem direito à paz", afirmou Rangel.

A Resolução 2254 do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi aprovada em Dezembro de 2015 com o objectivo de se definir uma solução política para a guerra civil na Síria, que eclodira em 2011, e de se estabelecer um processo de transição política, sob a égide da ONU.

Os rebeldes declararam neste domingo Damasco "livre" do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras facções apoiadas pela Turquia, para derrotar o governo sírio.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o Presidente sírio, no poder há 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde, desconhecendo-se, para já, o seu paradeiro.

Rússia, China e Irão manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do clã Assad.

No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.

Notícia corrigida à 9.12, Rangel disse "fim do inominável regime" e não "fim inominável" do regime.