Presidente da Geórgia falou com Macron e Trump sobre “eleições roubadas”
Salome Zourabichvili esteve na reabertura de Notre-Dame no sábado ao lado de vários líderes ocidentais.
A presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, disse que manteve conversações com o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e com o Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a eleição parlamentar do mês passado no seu país, que ela e a oposição dizem ter sido alvo de uma fraude.
"Em conversa com o Presidente Trump e Macron", escreveu Zourabichvili na rede social X, no sábado ao final do dia, juntamente com uma fotografia em que aparece a conversar com Trump e Macron. “Expondo as eleições roubadas e a repressão extremamente alarmante contra o povo da Geórgia”, disse ainda.
Zourabichvili tornou-se a voz do movimento de protesto que já dura há várias semanas, na sequência da votação de Outubro que deu a vitória ao partido no poder, o Sonho Georgiano, e do anúncio subsequente de que iria suspender os esforços para aderir à União Europeia.
O líder do principal partido da oposição da Geórgia e vários outros membros foram detidos durante os protestos e, no sábado, a oposição disse que um dos seus políticos foi espancado durante uma rusga policial aos seus escritórios.
Os meios de comunicação social georgianos informaram também que uma equipa de filmagem da televisão Pirveli, pró-oposição, foi atacada por homens mascarados quando fazia uma emissão a partir das proximidades do local do protesto.
“O regime russo está de volta ao trabalho esta noite em Tbilisi - perseguindo civis pelas ruas enquanto fogem do terror, tendo como alvo políticos, meios de comunicação social, artistas”, disse Zourabichvili numa publicação separada no X no sábado, publicando um vídeo que mostrava um grupo de homens encapuzados com bastões a espancar vários homens num edifício.
Zourabichvili, que desempenha um papel em grande parte cerimonial como presidente, e a oposição têm vindo a acusar o Sonho Georgiano de prosseguir políticas cada vez mais autoritárias, anti-ocidentais e pró-russas no país de 3,7 milhões de habitantes.
A França, a Alemanha e a Polónia afirmaram, na sexta-feira, que iriam levar a sério o problema da Geórgia na próxima reunião dos assuntos externos da União Europeia, com vista a tomar possíveis medidas contra a Geórgia.
“As medidas tomadas pelas autoridades expõem a Geórgia a uma instabilidade externa e interna”, lê-se numa declaração conjunta emitida pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Alemanha e Polónia.
O Kremlin, por sua vez, negou que a Rússia esteja a interferir na situação na Geórgia, que Moscovo comparou à revolução “Maidan” de 2014 na Ucrânia, que derrubou um presidente com um alinhamento político próximo de Moscovo.