Os estudantes açorianos deslocados estão a enfrentar "dificuldades" no regresso a casa para a época natalícia, devido à "falta de lugares nos voos" e ao "aumento descontrolado" das passagens aéreas, alerta a JS Açores.
"Estamos a assistir a uma situação profundamente preocupante. Muitos dos cerca de 5000 estudantes açorianos deslocados no continente, que já enfrentam enormes desafios ao viver longe de casa, vêem agora o seu direito ao regresso comprometido devido a custos astronómicos e à falta de lugares nos voos", denuncia o presidente da JS/Açores, Russell Sousa.
Segundo uma nota de imprensa do PS/Açores, as passagens para voos entre a ilha Terceira e Lisboa chegam a rondar os 900 euros, valores "absolutamente incomportáveis para a grande maioria das famílias açorianas", que "não têm capacidade financeira para adiantar estas quantias e esperar pelo reembolso previsto no Subsídio Social de Mobilidade".
"O impacto desta realidade é particularmente grave para os estudantes, que, além das dificuldades financeiras, enfrentam também a incerteza sobre se poderão passar o Natal junto das suas famílias devido à falta de voos", aponta.
Para a JS/Açores, a situação reflecte "uma falta de planeamento e de respostas adequadas por parte do Governo Regional", de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que não prepara "medidas eficazes" para as épocas de maior fluxo, como o Natal.
"Os jovens são o futuro dos Açores e as políticas de mobilidade devem assegurar que nenhum deles tenha de abdicar de estar com a sua família por razões económicas. O Governo Regional não pode continuar a falhar na preparação para estas alturas de grande procura. É urgente encarar esta questão com a seriedade que ela exige, de forma a proteger o direito à mobilidade de todos os açorianos", refere Russell Sousa, citado na nota.
Nos Açores, até ao final de Setembro, o subsídio permitia aos residentes no arquipélago deslocarem-se para o continente com uma tarifa aérea máxima de 134 euros (ida e volta) independentemente do valor de venda. Era apenas necessário adquirir inicialmente a passagem pelo preço de venda e, depois de efectuada a viagem, todo o valor acima desta meta de 134 euros era ressarcido a título de reembolso pelo Estado.
Com a alteração recentemente introduzida, se o preço de venda da viagem for superior a 600 euros, já será o passageiro a suportar o valor acima desse tecto, além dos 134 euros. Mantém-se a necessidade de pagar a totalidade da viagem no acto de compra.
Para os estudantes açorianos deslocados, o tecto é de 99 euros, ou seja, o subsídio corresponde à diferença entre o custo do bilhete e o máximo de 99 euros por viagem de ida e volta.