Hospital de Santo António reitera que creche para filhos de trabalhadores vai avançar

Em Novembro de 2023, o centro hospitalar garantiu que ia retomar projecto da creche, que está programado desde 2008.

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Paulo Pimenta/Arquivo
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O Centro Hospitalar Santo António, no Porto, adiantou esta sexta-feira estar a estudar o enquadramento legal de "algumas especificidades de construção" com vista à instalação da creche para os filhos dos profissionais, reiterando a intenção de avançar com o projecto. "O projecto irá avançar e nesta fase estamos a estudar o enquadramento legal de algumas especificidades de construção", revelou aquela unidade hospitalar à Lusa.

Em Maio, o CHUdSA - Centro Hospitalar Universitário de Santo António indicou, à Lusa, que o lançamento do concurso público para a instalação daquele equipamento, carecia "de autorização do [novo] Governo [que havia tomado posse em 2 de Abril]", adiantando que iria ter uma reunião com o ministério "para ser exposto este tema". À data, o centro hospitalar assinalou que a legislação sobre creches tinha sido foi alterada recentemente, tendo-se tornado "ainda mais complexa", pelo que teriam até de analisar se a área em causa poderia ser convertida para tal.

O projecto de 2008, cuja obra - orçada em 60 milhões de euros - recebeu incentivos comunitários, contemplava a construção de um novo edifício, a reconstrução do edifício da antiga Maternidade Júlio Dinis, actual Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), e a construção de um parque de estacionamento subterrâneo sobre o qual foi edificado um pequeno edifício que iria albergar uma creche. Mais de 15 anos depois, a creche, que já foi autorizada pela Segurança social há vários anos, continua por concretizar.

Durante o período pandémico, "por razões operacionais", as instalações destinadas àquele equipamento foram também utilizadas para outros fins, nomeadamente enquanto decorriam obras em outros serviços, como foi o caso do serviço de Imuno-hemoterapia, que ocupou o espaço mais de ano.

Em Novembro de 2023, o centro hospitalar garantiu que ia retomar o projecto da creche após a conclusão da transferência e certificação do serviço de imuno-hemoterapia, escusando-se, contudo, a avançar com qualquer data para o lançamento do concurso público. Nesse mesmo ano, mas em Março, em resposta à Lusa, o CHUdSA tinha já indicado que o concurso público para a instalação de uma creche para os filhos dos profissionais seria lançado logo que estivessem livres as instalações ocupadas pelo serviço de Hematologia e Imuno-hemoterapia. A garantia de que o projecto irá ser retomado tem vindo a ser reiterada desde Março de 2022, mas sempre sem indicação de quando vai avançar.

Ouvida então pela Lusa, a presidente da Casa do Pessoal, Teresa Marques, salientava que a concretização desta infra-estrutura, cujas instalações existem e contêm já algum equipamento, permitirá aos profissionais de saúde daquele centro hospitalar conciliar a vida privada com a vida profissional.

Já Noémia Lóios, médica de medicina no trabalho daquela unidade de saúde, e membro da Casa do Pessoal, alertava que a não-conciliação desde dois domínios traduz-se muitas vezes em absentismo, como são exemplo as baixas por assistência à família, desmotivação profissional e dificuldades de gestão de escalas e serviços.