Mundial de Clubes: FC Porto enfrenta Palmeiras, Benfica defronta Bayern
Sorteio da fase de grupos da competição colocou os “dragões” no Grupo A, onde consta também o Inter Miami. “Águias” integram o Grupo C, juntamente com Boca Juniors.
O Palmeiras no caminho do FC Porto e o Bayern Munique na rota do Benfica. Estes são os dois principais obstáculos que as equipas portuguesas vão enfrentar na fase de grupos do renovado Mundial de clubes, com 32 participantes das seis confederações, que decorrerá no próximo Verão, nos Estados Unidos.
Na qualidade de membros do pote 2 do sorteio, que teve lugar em Miami, nesta quinta-feira, FC Porto e Benfica já tinham uma ideia aproximada do rival mais cotado que iriam enfrentar nesta primeira fase. Fruto do ranking em vigor, aos "dragões" poderia calhar um dos gigantes sul-americanos (Flamengo, Palmeiras, Fluminense ou River Plate), enquanto as "águias" estavam condenadas a medir forças com um colosso europeu (Manchester City, Real Madrid, Bayern Munique ou PSG).
Quis o destino que fosse uma antiga glória dos "dragões", Teófilo Cubillas (jogou em Portugal de 1973 a 1976), a retirar o nome do FC Porto no sorteio e a emparelhá-lo com o Palmeiras, primeiro adversário dos portugueses na prova, treinado actualmente por Abel Ferreira e ainda na luta pelo título no Brasileirão, que se decidirá no domingo.
Com dois títulos recentes da Taça Libertadores, o Palmeiras dividirá, em tese, o favoritismo do grupo com o FC Porto, num Grupo A que fica completo com a presença dos egípcios do Al Ahly (detentor dos últimos dois troféus da Liga dos Campeões da CAF) e doa anfitriões do Inter Miami, encabeçados por Lionel Messi num plantel com mais um par de estrelas, como Sergio Busquets e Luis Suárez.
Um brinde chamado Auckland
Já o Benfica integrará o Grupo C, onde reencontrará o Bayern, adversário que já lhe impôs uma derrota (1-0), em Munique, na presente edição da Liga dos Campeões, e que, em condições normais, será o cabeça de cartaz deste agrupamento. Os bávaros serão, de resto, o último adversário das "águias" nesta fase.
Mas se, por um lado, os "encarnados" já sabiam que não podiam escapar a um candidato à conquista da prova (e o Bayern já venceu o Mundial de clubes em quatro ocasiões, a última das quais em 2020), por outro não poderão queixar-se da sorte em relação aos demais adversários.
Isto porque o grupo contará também com um Boca Juniors em maré baixa, já que, embora seja um gigante na Argentina, nos últimos tempos tem sido incapaz de se impor nas principais andanças do futebol sul-americano. E porque o quarto passageiro nesta viagem é o modesto Auckland City, da Nova Zelândia, que entra na competição mais pela via da representatividade (as tais seis confederações) do que propriamente pelo potencial desportivo.
Nesta versão alargada da competição, o formato a utilizar decalca aquele que a FIFA implementou nos últimos anos no Campeonato do Mundo, ou seja, as 32 equipas são distribuídas por oito grupos de quatro, apurando-se para os oitavos-de-final os dois primeiros classificados de cada grupo.
O emparelhamento das eliminatórias já é, de resto, conhecido. O FC Porto, por exemplo, já sabe que, se passar, vai cruzar-se com os representantes do Grupo B (PSG, Atlético Madrid, Botafogo e Seattle Sounders), enquanto o Benfica, em caso de qualificação, medirá forças com os membros do Grupo D (Flamengo, Espérance Tunis, Chelsea e León).
Trump e a dança de Wenger
Antes de terem sido sorteados os grupos, a cerimónia, como é habitual nestas lides, contou com o discurso do presidente da FIFA, a enaltecer o carácter inovador da competição, com entradas e saídas de cena de antigos jogadores de relevo, com a apresentação de um troféu redesenhado e… com um testemunho gravado do recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, a dar as boas-vindas ao futebol a um país no qual a modalidade tem crescido.
Num registo mais descontraído do que tem sido normal nos eventos da FIFA - Arsène Wenger, por exemplo, acabou por ser desafiado por uma das anfitriãs a ensaiar um passo de dança -, o sorteio foi uma espécie de rampa de lançamento antecipada (ou não tivesse acontecido a mais de seis meses de distância) para uma prova que está longe de ser consensual e que reavivou o debate sobre a sobrecarga de jogos dos futebolistas das principais equipas.
De resto, para acautelar a eventual tentação de alguns dos emblemas mais castigados no calendário virem a desinvestir no Mundial de clubes, a FIFA já fez saber que estará atenta a eventuais manobras que procurem afastar dos estádios norte-americanos as maiores estrelas de cada participante. Mas permanecerá sempre no ar em que condições e com que motivação surgirão os favoritos ao triunfo num torneio que, apesar de tudo, não deixa de ter um papel secundário na agenda internacional.
Certo, certo é que a prova, que se espalhará por 12 estádios, entre a costa Este (a maioria) e Oeste dos EUA, arranca no dia 15 de Junho e tem a final programada para 13 de Julho, no Metlife Stadium, em Nova Jérsia, que tem capacidade para 82.500 espectadores. E todos os jogos, fruto de um acordo entre a DAZN e a FIFA, serão transmitidos em canal aberto.