Doença desconhecida mata centenas de pessoas no Congo, segundo as autoridades locais

A Organização Mundial da Saúde informou que está a trabalhar, em conjunto com o Ministério da Saúde Pública da República Democrática do Congo, na investigação de uma doença desconhecida naquele país.

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Visto do espaço, o rio Cuango a desaguar no rio Cassai, na República Democrática do Congo NASA
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Uma doença desconhecida matou centenas de pessoas na província do Sudoeste da República Democrática do Congo desde o final de Outubro, disseram autoridades locais à agência Reuters. As pessoas infectadas apresentavam sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre alta e fortes dores de cabeça, informaram, já nesta segunda-feira, Rémy Saki, vice-governador da província do Cuango, e Apollinaire Yumba, ministro provincial da Saúde.

Uma equipa médica foi enviada para a zona sanitária de Panzi para recolher amostras e procurar identificar a doença. A situação é preocupante, uma vez que o número de pessoas infectadas continua a aumentar, disse à Reuters o líder da sociedade civil Cefhorien Manzanza. “Panzi é uma zona de saúde rural, pelo que há um problema com o fornecimento de medicamentos”, alertou Cefhorien ​Manzanza.

O jornal El País adiantou que, na província do Cuango, no Sudoeste do país, as autoridades congolesas registaram 376 pessoas afectadas por esta doença de “origem ainda desconhecida”, que tinha aparecido pela primeira vez no final de Outubro. O maior número de mortes, noticiava ainda o El País, ocorreu entre 10 e 25 de Novembro.

As pessoas doentes morrem nas suas próprias casas por falta de tratamento, adiantaram Rémy Saki e Apollinaire Yumba. As mulheres e as crianças, segundo um epidemiologista local, são as mais afectadas pela doença. Além de febre alta e fortes dores de cabeça, os sintomas incluem secreções nasais, dificuldades respiratórias e tosse.

As medidas preventivas aplicadas vão desde evitar grandes reuniões de pessoas e lavar regularmente as mãos até informar as autoridades de saúde locais de casos e mortes suspeitos. O ministro Apollinaire Yumba, realça ainda o El País, pediu para que as pessoas não se aproximassem dos corpos dos mortos, para evitar eventuais contágios.

Um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse, na terça-feira, que a agência de saúde das Nações Unidas tinha sido alertada para a presença da doença na semana passada e que estava a trabalhar em conjunto com o Ministério da Saúde Pública da República Democrática do Congo para fazer mais investigações.

E a mpox

A República Democrática do Congo já tem estado a braços com a mpox (antes conhecido como varíola-dos-macacos): em Agosto, a OMS declarou este vírus como uma emergência sanitária global, depois de uma nova estirpe se ter começado a propagar no país, atingindo-o gravemente, bem como para os países vizinhos.

Na última sexta-feira, a OMS alertou que o surto de mpox continua a representar uma emergência de saúde pública com base no número crescente de casos, na sua disseminação geográfica, nos desafios operacionais no terreno e na necessidade de montar e manter uma resposta coesa entre países e parceiros. De acordo com dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de África (CDC África), durante este ano, 20 países africanos registaram mais de 59 mil casos de mpox, incluindo 1164 mortes.

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