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Aplicativo para voos executivos aceita pagamento com PIX e fatura 10 milhões de euros
A app da empresa brasileira Flapper permite comprar um lugar em um jatinho e mesmo fretar um avião ou helicóptero. Em média, são realizados 150 voos por mês a partir de Portugal.
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A brasileira Flapper prevê encerrar este ano com faturamento de 10 milhões de euros (R$ 63 milhões). O negócio da empresa está centrado na mobilidade aérea, por meio de um aplicativo em que se pode garantir um lugar em voos executivos, fretar um avião inteiro (voo charter) ou um helicóptero.
A procura por esses serviços em Portugal tem sido tão grande, que a Flapper atingiu, no verão deste ano, o recorde de 150 voos por mês acionados através de seu aplicativo. Segundo o representante empresa em Portugal, Manoel Assunção, 49 anos, a operação da Flapper no último verão europeu ultrapassou a movimentação em toda América Latina.
Assunção explica que os passageiros podem reservar um lugar em uma aeronave através da aplicação no smartphone para qualquer rota na aviação executiva. “Os clientes selecionam a partida e o destino, o número de lugares, o tempo de viagem e o melhor horário para os voos”, explica.
Em Portugal, sede da empresa na Europa, a Flapper mantém acordos operacionais com vários táxis aéreos que prestam serviços nos aeroportos de Lisboa e Cascais, além de outros internacionais. Assunção ressalta que aqueles que utilizam o serviço da companhia viajam para a Europa a lazer e a trabalho por voos comerciais. “Quando pousam em Lisboa, por exemplo, e querem continuar o percurso para a Espanha ou para a Itália, solicitam nossos serviços”, afirma.
Para Assunção, o serviço executivo não é tão caro quanto se imagina. “Se o cliente necessitar pegar um avião médio para até oito pessoas, o voo deve custar entre 7 mil e 8 mil euros (R$ 45 mil e R$ 51 mil). Se esse valor for dividido pelos passageiros, dará em torno de 1 mil euros (R$ 6,3 mil) por pessoa”, calcula. "Há, ainda, as vantagens de se voar no horário que quiser, no dia que for preciso, sem limitação de bagagem e escolher a comida e a bebida que desejar, além do embarque sem embaraços", lista.
Destinos mais procurados
Os destinos mais comuns saindo de Portugal são Ibiza e Maiorca, na Espanha, Sardenha e Nápoles, na Itália, muito procurados no verão europeu, além dos locais da moda, que variam todo ano. Na temporada de inverno, que vai começar, a lista de voos inclui as pistas de esqui na Suíça. São destinos com duração média de duas horas.
O executivo diz que o aplicativo da Flapper exibe as aeronaves disponíveis, os detalhes dos modelo, os horários e os valores cobrados. Segundo ele, os aviões, a maioria jatos e helicópteros, são credenciados por empresas de táxi aéreo e autorizados pelas agências reguladoras.
No Brasil, onde mantém parceria com a Embraer em vários projetos, a empresa, inicialmente uma startup, começou as atividades em 2017, utilizando poucas aeronaves, para, um ano depois, dispor de reservas em mais de 200 aviões operados por quase 30 empresas de táxi aéreo. Além das atividades no Brasil e em Portugal, a Flapper opera na Colômbia, no Chile, na Argentina e no México.
O pagamento dos serviços, que inclui o voo, o catering, o deslocamento entre aeroportos e o despacho de bagagens pode ser feito em cartão de crédito, por meio do PIX, no caso de ser um brasileiro, e transferência bancária.
Começo da operação
Assunção conta que as atividades da Flapper em Portugal começaram, efetivamente, em 2022. “Mudei-me para Portugal para tomar conta da operação e tivemos uma surpresa positiva. No verão de 2024, batemos recorde e conseguimos ultrapassar o faturamento de toda a América do Sul, representando mais de 50% do total”, enfatiza.
A empresa faz planos para crescer no ecossistema de aviação de Portugal e da Europa. “Queremos fazer parcerias para aumentar a nossa participação nos mercados português e europeu. Esse é o nosso objetivo", destaca.
O executivo informa que a Flapper tem parceria com a empresa de helicópteros Helibravo, sediada em Lisboa, e com a Wize, com sede em Dubai, nos Emirados Árabes. A ideia, diz ele, é entrar definitivamente na mobilidade aérea, "especialmente depois do anúncio de implantação do novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete, que exigirá maior de conexão”.
Assunção prevê ainda uma revolução na mobilidade aérea com os novos veículos de deslocamento vertical, o chamado Evtol, espécie de drone elétrico para poucos passageiros e destinado a curtas distâncias. “O Evtol terá autonomia pequena, porque precisa de estações de carregamento elétrico, mas será de grande utilidade para cumprir pequenas distâncias", afirma.
A ampliação do aeroporto de Cascais também é considerada pelo executivo como positiva, pois a Flapper utiliza o terminal com frequência. “Usamos muito o aeroporto de Cascais, por ser importantíssimo para a aviação executiva, principalmente pela saturação do aeroporto de Lisboa”, ressalta.