Duas crises no coração da Europa

A UE pode funcionar com o seu centro político em crise? A resposta está também na capacidade que tiverem as novas lideranças das instituições europeias para preencher o vazio. Não será fácil.

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1. De Gaulle costumava dizer que era impossível governar “um país com 256 variedades de queijo”. Talvez tenha sido também a pensar nisso que, em 1958, fundou a V República, assente numa Constituição semipresidencialista, de forte pendor presidencial, com um sistema eleitoral moldado para criar maiorias na Assembleia Nacional e imprimir à democracia a estabilidade que não teve nos anos imediatos à guerra. A V República provou bem, mesmo nos tempos em que a maioria parlamentar não coincidiu com a maioria presidencial. A França ocupou o centro da unificação europeia do pós-guerra e a liderança a política da Comunidade Europeia praticamente desde a sua fundação.

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