Câmara de Santa Maria da Feira abre concurso para novas obras no castelo
A intervenção insere-se no Projeto Estratégico elaborado pela Câmara Municipal da Feira e pela Comissão de Vigilância, com um prazo de execução do contrato para 730 dias, sem previsão de renovação.
Após os trabalhos de recuperação de toda a muralha do Castelo de Santa Maria da Feira terem ficado concluídos em Julho deste ano, a autarquia abre novo concurso público, publicado na passada terça-feira em Diário da República, para “conservação, preservação e valorização” do monumento e de toda a sua envolvente. O valor do procedimento é de 3,063 milhões de euros e tem um prazo de execução de 730 dias.
O projecto de execução, que o PÚBLICO consultou, prevê que as obras sirvam para valorizar o imóvel, devido ao seu estado actual de conservação. O objectivo é que se evite que o mesmo se degrade. Os trabalhos obedecerão a um plano integrado, delineado para preservar a identidade do monumento, que é imagem de marca do território onde está inserido.
Recorde-se que o Castelo de Santa Maria da Feira é reconhecido pelo seu valor cultural e patrimonial, sendo o mesmo classificado como monumento nacional. Em função dessa classificação, a autarquia, em projecto prévio, prevê que sejam levadas à prática “intervenções sustentáveis”, realizando “o mínimo de alterações” à “estrutura histórica” do castelo, mas adequando-o, em simultâneo, aos “actuais padrões de utilização”, no campo da eficiência estrutural, técnica e energética.
A obra será realizada por fases e por sectores. Estes são os espaços que serão alvo de intervenção: capela, presbitério e barbacã, no sector A; torre de menagem, no sector B; praça de armas, no sector C; túnel de acesso à tenalha, sector D; torre do poço, no sector E; torre da casamata, no sector F; tenalha, no sector G; e espaços exteriores à muralha e estacionamento contíguo, no sector H.
No topo das prioridades do município da Feira estão as intervenções que serão realizadas na torre de menagem, uma vez que “as anomalias e patologias” que actualmente apresenta, a curto ou médio prazo, poderão comprometer a estabilidade da estrutura. Já a intervenção na tenalha permitirá “aliviar a pressão” exercida pelos programas socioculturais realizados na mesma torre.
A autarquia quer ainda melhorar as condições de acessibilidade, por forma a garantir que “qualquer pessoa tenha acesso, em condições de máxima autonomia e usabilidade”. Está também programada a criação de novos espaços, como duas salas polivalentes, sanitários e arrumos, localizados sob os patamares da tenalha. Existirá também uma área de estacionamento integrada no Parque das Guimbras, com lugar para 18 carros e dois autocarros.
Desde 2022 que decorre ainda o Projecto de Consolidação e Reabilitação da Muralha e da Ruína do Paço, de forma a salvaguardar e diminuir o risco de colapso ou degradação.
Texto editado por André Borges Vieira