Remuneração média dos depósitos caiu para 2,39%, abaixo dos Certificados de Aforro

Novos depósitos atingiram novo máximo histórico em Outubro, superando os 13 mil milhões de euros.

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Famílias portuguesas estão a poupar mais Ricardo Lopes
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A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo décimo mês consecutivo, fixando-se em 2,39% em Outubro, contra 2,55% do mês anterior, revelou, esta quarta-feira, o Banco de Portugal (BdP).

Com esta descida, o valor médio da remuneração dos particulares ficou abaixo da taxa de juro dos Certificados de Aforro (CA) da Série F, que é de 2,5%. Este produto de poupança do Estado está, no entanto, indexado ao valor da Euribor a três meses, que ainda está perto de 2,9%, podendo descer abaixo de 2,5% durante o próximo ano.

A taxa média de depósitos na zona euro é significativamente mais alta, nos 2,72%, mantendo-se Portugal na sexta posição dos que menos remuneram as aplicações dos particulares.

No caso português, a quase totalidade dos depósitos, mais concretamente 97%, é feita até um ano, e neste caso a remuneração média da taxa de juro média diminuiu 0,15 pontos percentuais, para 2,41%.

Nas aplicações com prazo mais alargado, a taxa é significativamente mais baixa. As remunerações médias dos novos depósitos de um a dois anos e a mais de dois anos apresentaram quedas de 0,22 e 0,8 pontos percentuais face a Setembro, fixando-se em 1,76% e 1,89%, respectivamente.

Em sentido contrário ao da taxa de juro, as aplicações em depósitos a prazo voltaram a crescer e a fixar-se num novo máximo histórico. O aumento face ao mês anterior foi de 1573 milhões de euros, para 13.154 milhões de euros.

“As novas operações de depósitos a prazo incluem a reaplicação em novos depósitos de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo e que atingiram a maturidade em Outubro sem renovação automática”, destaca o BdP.

A poupança das famílias tem crescido e o endividamento tem diminuído em 2024, um comportamento associado, segundo o supervisor bancário, a vários factores, como “taxas de juro mais elevadas do que na década anterior e precaução por parte das famílias”.

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