TAP quer solução conjunta de transporte para quem trabalha no aeroporto de madrugada

A TAP pretende uma solução conjunta de transporte para os trabalhadores aeroportuários que iniciem funções de madrugada. Há turnos a começar às 4h, mas as soluções públicas de transporte acabam à 1h.

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A inexistência de transportes públicos de madrugada leva a que os funcionários de handling aguardem horas para trabalhar Miguel Manso
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O administrador operacional da TAP defendeu, esta terça-feira, uma solução conjunta de transporte para todos os trabalhadores aeroportuários durante a madrugada, independentemente da empresa, para evitar que se desloquem para o trabalho horas antes do início do turno.

"O que a TAP referiu, e acho que é da vontade, é que uma solução de transporte para os trabalhadores não deve ser só da Menzies, deve ser de todos os trabalhadores que operam no aeroporto, porque os horários são similares e as horas de entrada são similares e, por isso, deverá haver algo conjunto que poderá facilitar a vida a todos", afirmou o comandante Mário Chaves, na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação.

O responsável da TAP, que é cliente e accionista da empresa de assistência em aeroportos Menzies, e o vice-presidente da Menzies Aviation Portugal, Rui Gomes, foram ouvidos esta terça-feira no Parlamento, a pedido do partido Chega, sobre o funcionamento e a segurança nos aeroportos.

Um dos temas abordados nas duas audições prendeu-se com os casos de trabalhadores do serviço de assistência em terra (handling) que iniciam o turno às 4h, mas, face à inexistência de transporte público àquela hora, deslocam-se para o aeroporto nos últimos transportes disponíveis, entre as 00h e a 1h, onde ficam a aguardar a entrada ao serviço.

"Houve outra empresa que também lançou esse repto [de uma solução de transporte conjunta]. Ainda não existe um plano, mas assim que houver eu faço questão que ou nós ou a Menzies através da sua gestão o faça chegar, eu acho que é importante conhecer", garantiu Mário Chaves aos deputados.

Antes, o vice-presidente da empresa de handling tinha afirmado que os trabalhadores "vão mais cedo, como acontece com milhares de portugueses noutros locais, e ficam uma ou duas horas à espera para trabalhar".

Da parte do PSD, o deputado Gonçalo Laje considerou que a questão dos acessos de transporte público "é relevante e deve ser debatida", mas realçou que também teria "de haver trabalhadores do sector dos transportes a trabalhar às três da manhã".

Outro dos temas abordados pelos deputados foram os baixos salários dos trabalhadores do handling, com o deputado Filipe Melo, do Chega, a acusar a empresa de praticar ordenados "miseráveis" e abaixo da remuneração mínima garantida.

O responsável da Menzies Portugal disse que os salários estão em consonância com as tabelas do Acordo de Empresa e que não há nenhum trabalhador que ganhe menos de 950 euros brutos mensais, "a não ser que trabalhe em tempo parcial".

Na audição do administrador operacional da TAP, o deputado José Carlos Barbosa, do PS, questionou Mário Chaves sobre se considerava aceitável que a Menzies "divida 40 horas [de trabalho] semanais por jornadas de quatro ou cinco horas", recorrendo a "alguns furos na lei para obrigar os trabalhadores a trabalhar quase sete dias por semana".

"Existem pedidos de trabalhos parciais, existem outros turnos que não estão totalmente implementados e o que me foi dito é que existe um plano da Menzies para implementação desses turnos que irá acontecer dentro dos próximos meses", respondeu Mário Chaves.