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Biografia Preta, plataforma de afrodescendentes, atua na educação e denuncia racismo
Plataforma Biografia Preta abriu as portas para atender a população afrodescendente no Brasil, em Portugal e nos países lusófonos, para contar a história dos negros através de inteligência artificial.
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A plataforma Biografia Preta abriu as portas para atender a população afrodescendente no Brasil, em Portugal e nos países de língua portuguesa para contar a história dos negros por meio de inteligência artificial. Segundo o fundador da startup, Leo Oliveira, a ideia é fazer cumprir a legislação que obriga informar as pessoas sobre seus direitos e, se for o caso, instrumentalizá-las para fazer denúncias contra o racismo.
Segundo Oliveira, o objetivo inicial da plataforma, lançada neste ano, estava focado na criação de conteúdo para as redes sociais e em conteúdos afros, com biografias de personalidades, de personagens históricos, “A nossa plataforma ampliou-se e visa, também, trazer conhecimento para que as pessoas possam entender seus direitos e exigir que sejam cumpridos dentro do sistema educacional brasileiro”, diz.
A tecnologia foi a aliada escolhida para estruturar a Biografia Preta. De acordo com Mel Lisboa, designer estratégica e de negócios, o grupo conta com pesquisadores e historiadores, que validam as informações. “Com esse instrumento, conseguimos conhecer a história de personalidades e conversar por chat com elas, contando a própria história. Uma experiência imersiva”, ressalta. Neste momento, todo acesso à plataforma é gratuito, mas, em breve, haverá alguns serviços personalizados, pagos.
A dirigente da startup ressalta que, no caso de uma denúncia sobre alguma irregularidade, a plataforma inteligente direcionará para os telefones indicados, cujos números podem ser de um advogado, de uma entidade ou mesmo da polícia. Ela faz questão de ressaltar, porém, que o foco é educativo, “para que a história afrodescendente seja preservada, para que estudantes possam conhecer e assegurar sua própria história”, observa.
Pais informados
O fundador da Biografia Preta assinala que a história pode ser acessada por estudantes, oportunidade em que descobrem que existe uma lei que obriga as escolas a seguirem determinadas regras. “Também os pais que interagirem com a plataforma terão informações e orientações de como podem agir, entrar em contato com as instituições legais ou com a própria diretoria da escola”, esclarece.
A Biografia Preta, complementa Leo, serve para que as pessoas possam entender seus direitos e exigir que sejam cumpridos dentro do sistema educacional. “A nossa plataforma atende o idioma português. Nós temos oito países no mundo que falam português e boa parte desses países compartilham a mesma história do Brasil. Todos esses países são constituídos de afrodescendentes, e a nossa plataforma pode atendê-los”, conclui.
Além de Leo e Mel, a plataforma conta com Caroline Vilas Boas, responsável pela imprensa, Ana Dindara, pesquisa e curadoria, e Tata Ribeiro, project manager e designer.