World Central Kitchen suspende actividade em Gaza após morte de colaboradores

ONG confirmou que três dos seus voluntários estavam no carro que foi alvo de um ataque israelita.

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Pessoa segura um boné da World Central Kitchen à frente do carro alvo de um ataque israelta que vitimou três prestadores de serviços da ONG Stringer / REUTERS
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A ONG World Central Kitchen (WCK) anunciou este sábado, 30 de Novembro, a suspensão das suas actividades na sequência da morte, num ataque israelita no sul da Faixa de Gaza, de três colaboradores, um dos quais acusado por Israel.

A Organização Não Governamental (ONG) confirmou à AFP que "três dos (seus) prestadores de serviços" estavam no carro alvo de um ataque israelita e as suas mortes, inicialmente anunciadas pela Defesa civil de Gaza.

A WCK já tinha indicado, num comunicado de imprensa, que tinha apenas "informações incompletas" e anunciou que estava a suspender, por enquanto, as suas actividades no território palestiniano em guerra há mais de um ano.

O exército israelita acusa um dos colaboradores da ONG morto de ser um terrorista que "se infiltrou em Israel e participou no massacre de 7 de Outubro no Kibutz Nir Oz", muito perto da Faixa de Gaza, a partir de onde o Hamas e os seus aliados lançaram os seus ataques.

Adiantou ter "visado", "com base em informações fiáveis", o veículo em que viajava depois de o ter "monitorizado durante um certo tempo", e confirmou que trabalhava para a WCK.

Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, pelo menos cinco pessoas foram mortas, "incluindo três funcionários da WCK" após um ataque aéreo israelita contra um carro que viajava na principal estrada de Salaheddine, no nordeste, por Khan Yunis.

Uma testemunha, Tamer Samour, garantiu à AFP que o carro circulava atrás do comboio do Programa Alimentar Mundial" quando foi atacado.

Segundo a Defesa Civil, o carro era identificável com as cores WCK, o que a ONG negou, afirmando à AFP que "o [seu] logótipo não estava no carro".

Sobre este ponto, o exército israelita afirmou que o carro que visava era "um veículo civil não identificado" e que o seu movimento não tinha sido coordenado no transporte da ajuda.

A 1 de Abril, sete trabalhadores humanitários da organização fundada pelo famoso chef José Andrés morreram numa série de três ataques israelitas ao seu comboio na Faixa de Gaza. O exército israelita admitiu uma série de erros a vários níveis.