KTM em risco de insolvência após quebra de vendas. Milhares de postos de trabalho em risco
A detentora da empresa austríaca irá solicitar uma reestruturação para evitar falência. Excesso de stocks é um dos maiores problemas da KTM. Equipa de MotoGP vai reduzir custos.
A fabricante de motos austríaca KTM está em declínio há meses, com vendas em baixo e despedimento de trabalhadores. Nesta sexta-feira, a Pierre Mobility AG, detentora da empresa, irá solicitar uma reestruturação voluntária para evitar a falência ao abrigo da Lei de Insolvência Austríaca. Estão em causa 6000 postos de trabalho.
"O processo oferece a possibilidade de continuar a gerir os activos sob supervisão e de reorganizar o Grupo KTM de forma independente", lê-se num comunicado da Pierre Mobility AG. A KTM terá dívidas acumuladas no valor de 250 milhões de euros e precisa de uma injecção de "um valor de três dígitos de milhões de euros". A direcção "não espera conseguir obter atempadamente o financiamento intercalar necessário".
Um dos maiores problemas da KTM é o excesso de stock. No mesmo comunicado, a Pierre Mobility AG explica que será necessário um "redimensionamento da produção", que resultará numa redução das operações nas instalações austríacas. Essa mudança, prevêem, irá representar ganhos de mil milhões de euros entre 2025 e 2026.
Apesar de os salários de Dezembro estarem assegurados para todos os funcionários da empresa, é possível que não recebam subsídio de Natal. Mesmo que a empresa consiga subsistir, devido à menor produção prevista, a Pierre Mobility AG admite que haja redução de pessoal.
A KTM possui também uma equipa de MotoGP, onde o piloto português Miguel Oliveira já correu. A equipa vai cortar algumas despesas, mas “a KTM é inimaginável sem competição”, afirmou o vice-presidente do grupo, Hubert Trunkenpolz.