Música
José Barros estreia EnRaízado, um disco de dedicatórias, ao som de uma Reviravolta
Já lá vão quase três anos desde que José Barros e Navegante anteciparam com um grande concerto no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra (onde o grupo foi fundado, em 1993), os seus 30 anos de actividade musical. Agora, nesse mesmo palco, vão apresentar ao vivo no dia 13 de Dezembro (21h) um novo álbum que é lançado esta sexta-feira, estreando, a assinalar o lançamento, mais um single com videoclipe (o primeiro foi O abelharuco, em Outubro): Reviravolta. Álbum composto por onze canções, nove têm dedicatórias expressas: O abelharuco (à Teresa Muge, 1953-2024), Liberdade.pt (aos 50 anos do 25 de Abril), Reviravolta (ao Fausto Bordalo Dias, 1948-2024), Ága di mar e morna (à morna, Património Imaterial da Humanidade), Poetas (aos músicos/cantores portugueses), Sim ou não (ao José Mário Branco, 1942-2019), Ciz’é, Ciz’é (a Cabo Verde e à Cize, Cesária Évora, 1941-2011), O jardim e os olivais (à Tina), Cantar de guardador (ao Armando Carvalhêda, 1950-2024). E as outras duas têm alvos bem precisos: Que venha o sol é “contra todas as pandemias” e A vida das guerras é “contra todas elas…”.
Reviravolta foi composta por José Barros, com uma letra escrita de parceria com Teresa Muge, cantora, compositora e professora que morreu no passado dia 21 de Novembro. Também com letra dela, e a ela dedicado, é O abelharuco, o primeiro single. Enraízado, o álbum agora lançado nas plataformas digitais e em CD, contou com um largo lote de convidados: Rui Júnior (percussões), Dany Silva (voz), Tito Paris (voz), Teté Alhinho (voz), Maria Alice (voz), Sara Alhinho (voz), Rolando Semedo (voz), Carlos Lopes (acordeão), Pedro Calado (voz) e Zeca Medeiros, além de um coro formado por Rui Vaz, Carlos Alberto Moniz, José Manuel David e Miguel Rebelo e do coral alentejano Rancho dos Cantadores da Aldeia Nova de São Bento. Com José Barros (voz, viola braguesa, bouzouki, bandolim), estiveram Miguel Veras (guitarras eléctrica, acústica, coro), André S. Machado (bateria, percussão e coro), Miguel Tapadas (piano, sintetizador, acordeão e voz), Adriano Dias Pereira (clarinete, flauta transversal e coro) e Yami Aloelela (baixo e coro).
No texto que anuncia o concerto, escreve José Barros, a justificar o título deste trabalho: “Porque a raiz é, ao mesmo tempo, um abrigo e uma corrente. É ela que me mantém conectado ao que sou, ao que sempre serei, mas também me desafia a reconhecer que, por mais que me tente distanciar, nunca serei completamente livre dela. E talvez essa seja a maior liberdade que posso ter: aceitar que a música que faço, é no fundo, uma extensão da terra que me viu nascer, da liberdade (50 anos) que ajudei a crescer e consolidar, da voz, do cante e do pensar/tocar/cantar em português, seja aqui ou no mundo.” Em palco, estarão com José Barros (voz, braguesa e bandolim) Miguel Tapadas (piano, sintetizador e coro), Nando Araújo (baixo e coro), André S. Machado (bateria, percussões e coro), Adriano D. Pereira (clarinete, flautas e coro) e Miguel Veras (guitarras eléctrica, acústica e coro).