Votos da primeira volta das presidenciais romenas vão ser recontados
Primeira volta foi vencida pelo ultranacionalista Calin Georgescu. Autoridades romenas receiam que tenha havido manipulação através do TikTok.
O Tribunal Constitucional romeno deu ordem para que os votos da primeira volta das eleições presidenciais sejam recontados, perante os receios de manipulação eleitoral. A decisão sem precedentes vem aumentar a tensão política na Roménia, a poucos dias de eleições legislativas.
A primeira volta das eleições presidenciais romenas, no último domingo, foi ganha pelo candidato ultranacionalista Calin Georgescu, que protagonizou uma das maiores surpresas na história recente do país. Georgescu, um político muito pouco conhecido da generalidade do público, não ia além dos 5% nas sondagens pré-eleitorais, mas alcançou 22,9% segundo a contagem final.
O tribunal respondeu a uma queixa apresentada por outro candidato presidencial, Cristian Terhes, que obteve 1% na primeira volta, que pedia a anulação dos resultados. A decisão sobre a anulação foi adiada e o tribunal ordenou de forma unânime a recontagem dos votos.
A decisão judicial vem tornar ainda mais volátil a situação política romena. As autoridades eleitorais avisaram que o processo de recontagem dos votos irá demorar dias e provavelmente irá coincidir com as eleições legislativas marcadas para o próximo domingo.
A segunda volta das presidenciais está marcada para 8 de Dezembro e, à partida, será disputada por Georgescu e pela candidata de centro-direita Elena Lasconi – os candidatos dos dois maiores partidos ficaram de fora da segunda volta.
O surpreendente triunfo de Georgescu, um ultranacionalista que tem posições altamente críticas da NATO e do apoio dado à Ucrânia, alarmou o resto da União Europeia. Sem pertencer a qualquer partido, Georgescu baseou a sua campanha nas redes sociais, sobretudo no TikTok, obtendo um apoio expressivo junto do eleitorado mais jovem.
Vários dirigentes romenos manifestaram receio de que as eleições possam ter sido manipuladas para beneficiar Georgescu. Um elemento da autoridade de regulação de comunicação romena sugeriu esta semana que o TikTok deveria ser proibido no país e pediu a abertura de uma investigação às práticas da empresa. A plataforma nega qualquer influência e argumenta que a campanha eleitoral se estendeu a outras redes sociais.