O FC Porto foi a Bruxelas e a crise foi atrás
Empate frente ao Anderlecht deixa equipa portista em apuros na Liga Europa, onde tem apenas cinco pontos em cinco jogos.
Dizer que o FC Porto está em crise de resultados é, passe a redundância, uma evidência demasiado evidente. A equipa de Vítor Bruno andou perdida em Roma, em Lisboa e em Moreira de Cónegos, e não foi em Bruxelas que se encontrou totalmente, com um empate (2-2) com o Anderlecht que coloca em perigo a continuidade dos “dragões” na Liga Europa. À quinta jornada, a equipa portista tem cinco pontos e já não tem grande margem de manobra para ficar entre os 24 apurados, já que, para ficar entre os oito primeiros, calcula-se que sejam necessários 15 pontos, algo já impossível de obter.
Claro que é sempre uma evolução passar de uma derrota para um empate. Depois de três derrotas nos três jogos anteriores, o FC Porto conseguiu não perder na capital belga, mas não houve uma melhoria substancial no futebol que mostrou. Foi mais do mesmo, na verdade, poucas soluções colectivas e individuais (Fábio Vieira, Galeno e pouco mais), mais dúvidas do que certezas, com a sensação de, nos jogadores, haver falta de confiança no que podem fazer sozinhos e juntos.
Nada espelha melhor este diagnóstico do que o que aconteceu logo nos primeiros 14 segundos do jogo. Bola de saída para o FC Porto e que vai do centro do terreno até aos pés de Diogo Costa. O guardião portista movimenta-a para longe de si e, de imediato, o Anderlecht fica com a bola, aparecendo Dollberg na cara do internacional português a meter a bola na baliza. O avançado dinamarquês estava em fora-de-jogo (por poucos centímetros), mas estava a tentar explorar o adiantamento pouco sensato da linha defensiva do FC Porto.
Foi um susto para a formação orientada por Vítor Bruno que, sem fazer muito por isso, acabaria por se colocar em vantagem aos 24’. Num lance na área dos belgas, Nehuen Pérez baixou muito a cabeça na disputa do lance e De Greef, na tentativa de tirar a bola dali, atingiu o central argentino. Numa primeira avaliação, o árbitro não disse nada, mas, após revisão das imagens, assinalou penálti. A partir dos 11 metros, Galeno fez o 0-1 e deixou a equipa portista a respirar um pouco melhor no jogo.
Isso percebeu-se nos 20 minutos seguintes, até ao final da primeira parte, em que o "dragão" conseguiu deixar os belgas bem longe da sua baliza. Mas este momento não teve continuidade no segundo tempo. Depois de uma bola ao poste de Rits logo aos 48’, foi dos pés do experiente médio que, aos 53’, saiu o cruzamento para o golo de De Greef, uma concretização fácil após uma jogada que começara com uma perda de bola de Pepê em zona proibida.
O jogo podia cair para qualquer lado, mas o FC Porto precisava de boas notícias na capital belga e Vítor Bruno arriscou com a entrada de Fábio Vieira. A verdade é que foi uma aposta absolutamente certeira. Numa das primeiras vezes que tocou na bola, o médio emprestado pelo Arsenal fez pontaria à baliza de Coosemans e acertou em cheio, deixando o FC Porto com a vitória nas mãos a sete minutos do fim – a realização focou André Villas-Boas na bancada, com um ar muito aliviado.
Mas a felicidade do FC Porto e do seu presidente durou pouco. Aos 86’, vindo da esquerda para o meio, Amuzu também sentiu a inspiração nos pés e atirou à baliza – a bola bateu em Otávio e enganou Diogo Costa.
Mais uma vez, os portistas deixavam fugir a vitória, mas ainda tiveram uma última bola para serem felizes, por mais uma aposta desesperada de Vítor Bruno. No último lance do jogo, Gonçalo Borges, furou até à baliza belga, atirou e a bola foi direitinha para as mãos do guarda-redes.