As vidas (da Ucrânia à Irlanda e a Singapura) são feitas de muitos pequenos nadas
O Porto/Post/Doc que este sábado chega ao fim apresentou uma competição internacional composta por nove filmes, vários dos quais de muito bom nível.
Bastariam dois filmes, E.1027 — Eileen Gray and the House by the Sea, de Beatrice Minger e Christoph Schaub, e Tardes de Solidão, de Albert Serra, para dar como ganha a competição internacional do Porto/Post/Doc 2024. São dois filmes que reflectem a abordagem do festival portuense. No seu olhar sobre a história da casa construída por Eileen Gray e Jean Badovici em Cap Martin, Sul de França, em 1929, os cineastas suíços revelam, a partir de reconstituições estilizadas baseadas em episódios, citações e diálogos reais, as tensões criativas, sociais e artísticas subjacentes ao trabalho de uma mulher que “bateu” os homens no seu próprio território. E, ao acompanhar com imagens puramente documentais uma temporada do matador tauromáquico Andrés Roca Rey, o iconoclasta realizador catalão questiona o próprio conceito de “bolha" tão central aos tempos contemporâneos, perguntando até onde o vácuo selado e isolado da monomania e da obsessão é uma solução para as grandes questões da vida e da morte.
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