Centro de atendimento do INEM esteve sem sistema durante três horas

É a segunda vez num mês que o sistema informático falha em todos os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). Técnicos fizeram atendimento manual para evitar falhas no socorro.

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Devido à falha no sistema, os técnicos de emergência pré-hospitalar estiveram a fazer o atendimento de forma manual Daniel Rocha
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Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) estiveram a trabalhar sem sistema informático em todo o país entre as 16 e as 19 horas desta quarta-feira. O constrangimento no CODU foi confirmado pelo próprio INEM ao PÚBLICO, acrescentando que “não afectou o atendimento e triagem de chamadas nem o accionamento de meios de emergência" e que “as causas estão a ser investigadas”.

Esta é a segunda vez que o sistema falha este mês. Já no dia 14 de Novembro, o CODU esteve em baixo entre as 9h30 e as 12 horas. Ao PÚBLICO, Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, disse que estas falhas no sistema informático do CODU “são o resultado do desinvestimento do anterior Conselho Directivo do INEM”. “Foram oito anos sem que houvesse um único investimento”, sustentou.

Segundo Rui Lázaro, os técnicos de emergência pré-hospitalar estiveram a fazer o atendimento de forma manual e “graças a sua experiência não houve mais do que cinco a seis chamadas em espera”. “Estes tempos de espera são um dia normal no INEM com o sistema informático a funcionar de forma adequada”, afirmou, acrescentando que “um dia como este prova a importância da presença destes profissionais no CODU”.

“Quando se fala em substituir os técnicos de emergência pré-hospitalar por sistemas informáticos e de inteligência artificial há que pensar bem nisso. Porque quando falham as máquinas, a experiência de anos destes profissionais é que faz com que o socorro não falhe”, salientou.

O sindicalista sublinhou ainda que também foi importante no dia de hoje o facto de estarem mais técnicos no CODU do que estavam antes da greve. Recorde-se que o INEM reforçou o número de trabalhadores depois dos problemas no atendimento dos pedidos de socorro a 4 de Novembro. O Ministério Público abriu vários inquéritos às mortes, para apurar se em causa estão falhas no socorro do INEM.

Em Maio passado, foi noticiada uma falha idêntica, que, segundo o INEM, durou 20 minutos e foi confinada ao CODU do Norte. Na altura, o instituto garantia que o problema “não teve qualquer impacto no normal funcionamento do CODU, não se tendo registado qualquer constrangimento”, uma vez que as centrais do INEM (Lisboa, Porto, Coimbra e Faro) funcionam em rede e uma chamada pode ser atendida em qualquer uma delas, independentemente da sua proveniência.

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