Marcelo diz que nomeação do próximo chefe da Armada pode chegar em duas semanas

O Presidente considera que o facto de a “pré-campanha” às presidenciais de 2026 poder começar mais cedo do que o esperado “facilita” o seu “distanciamento” da cena política.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa CARLOS M. ALMEIDA / LUSA
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O Presidente da República considera que, daqui a cerca de duas semanas, o Governo poderá nomear o próximo chefe do Estado-Maior da Armada, processo que se iniciou formalmente esta quarta-feira. E diz que, por enquanto, não tem qualquer informação sobre se o almirante Gouveia e Melo poderá, ou não, ser reconduzido.

Em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, o Presidente explicou que o processo de nomeação do chefe do Estado-Maior da Armada começa com "a audição do Conselho do Almirantado", que vai reunir-se esta quarta-feira com o almirante Gouveia e Melo, e que, depois, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas dá o seu "parecer ao Governo".

O executivo, por sua vez, tem de tratar o tema no Conselho de Ministros e, posteriormente, submete o nome escolhido ao chefe do Estado. O processo "segue os seus trâmites até chegar ao Presidente", vincou Marcelo Rebelo de Sousa, que considera que "daqui por uma semana e meia ou duas semanas [o processo de nomeação] poderá ir a Conselho de Ministros".

O Presidente garantiu ainda que, "até agora" não tem "noção nenhuma" de que o almirante Gouveia e Melo não vá ser reconduzido no cargo. Isto, embora a SIC Notícias tenha avançado que o actual chefe do Estado-Maior da Armada comunicou ao ministro da Defesa que não quer manter-se no cargo e que, em Março, deverá apresentar a sua candidatura às presidenciais de 2026.

Marcelo Rebelo de Sousa desdramatiza também que comecem a surgir potenciais candidatos à sua sucessão, dando a entender que poderá afastar-se da cena política mais cedo. Para o Presidente, "quando se inicia o período de pré-campanha presidencial e, depois, de campanha presidencial", o chefe de Estado "tem o dever de distanciamento progressivo da cena política", uma vez que "o palco é para ser ocupado pelos candidatos a candidatos e, depois, pelos candidatos". E, por isso, considera que o facto de a pré-campanha poder arrancar "mais cedo", "facilita" o seu "distanciamento relativamente ao palco político".

O Presidente comentou também um almoço que teve esta quarta-feira com o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, na Cova da Moura, tendo mencionado que falaram de "projectos para o futuro", nomeadamente, sobre os 50 anos da independência de Cabo Verde, mas sem adiantar pormenores. "Vamos ver como é possível", disse.

Marcelo rejeitou, contudo, que esta visita à Cova da Moura tenha sido um sinal ao Governo para que dê mais atenção a estes bairros. "Não, mas é curioso que ali se falou de uma série de projectos importantes" que "envolviam o Estado também, não apenas o município, mas o Governo".

Questionado sobre se não deveriam ser conhecidas as conclusões do inquérito da Inspecção-Geral da Administração Interna sobre a morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP, o Presidente da República declarou: "Esperemos". Marcelo falava horas antes de o primeiro-ministro se reunir com as ministras da Administração Interna e da Justiça sobre os desacatos em Lisboa. com Lusa

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