Parlamento Europeu aprova “Comissão Von der Leyen 2.0”

Acordo entre Partido Popular Europeu, Socialistas & Democratas e Renovar a Europa permitiu viabilização do colégio de comissários liderado pela presidente da Comissão Europeia.

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Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, felicitada por Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu Yves Herman / REUTERS
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O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira os nomes de todos os candidatos a comissários do executivo da União Europeia, que será mais uma vez liderado por Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia desde 2019, e que dará o pontapé de saída para um mandato de cinco anos já no dia 1 de Dezembro, depois da nomeação formal pelo Conselho Europeu.

A “luz verde” oferecida pela maioria dos eurodeputados reunidos em Estrasburgo já era esperada, depois do “acordo de cooperação” para a próxima legislatura que foi alcançado, na semana passada, entre Partido Popular Europeu (PPE), os Socialistas & Democratas e o Renovar a Europa.

A “Comissão 2.0” de Von der Leyen foi aprovada nesta quarta-feira com 370 votos a favor, 282 contra e 36 abstenções. É o menor apoio do Parlamento Europeu a uma Comissão desde 1993, assinala o site Politico; em 2019, por exemplo, a equipa da dirigente política alemã recebeu 461 votos.

O compromisso entre os três grupos políticos que compõem a chamada “supermaioria” europeísta e moderada do Parlamento Europeu, saída das últimas eleições europeias (Junho), chegou a estar em dúvida durante a fase das audições dos candidatos, em grande medida devido à oposição do PPE à nomeação da espanhola Teresa Ribera para as pastas da Transição Limpa, Justa e Competitiva e da Concorrência.

Em causa estava um pedido de responsabilização política de Ribera, que ocupava o cargo de vice-presidente do Governo de Espanha, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, por causa da resposta às cheias na comunidade valenciana.

O PPE acabou por levantar o veto depois de ouvir Ribera no Congresso espanhol, mas os 22 eurodeputados do Partido Popular, de Espanha, que faz parte do PPE, votaram contra.

O novo colégio de comissários está claramente inclinado à direita, com 14 membros do PPE e cinco liberais. Tem ainda dois representantes de partidos de direita radical: o italiano Raffaele Fitto, dos Irmãos de Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni; e o húngaro Olivér Várhelyi, do Fidesz, do primeiro-ministro Viktor Orbán.

Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças (2013-2015), do PSD, faz parte da equipa, assumindo o posto de comissária dos Serviços Financeiros e a União da Poupança e do Investimento.

“Encontrar formas de trabalhar em conjunto e ultrapassar a fragmentação: é por isto que eu e as 26 mulheres e homens que me acompanham nos vamos esforçar todos os dias. Estamos prontos para começar a trabalhar imediatamente”, garantiu Von der Leyen antes da votação do plenário do Parlamento Europeu.

“Hoje é um bom dia para a Europa porque a votação mostra que o centro resiste. Estou muito grata pela confiança manifestada pelo Parlamento ao novo colégio [de comissários] e a votação permite-nos começar agora, a 1 de Dezembro”, acrescentou, já depois da sessão.

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