Liga Europa: Vítor Bruno quer FC Porto revoltado para sair de sorriso rasgado

Treinador portista olha para o Anderlecht como um desafio que terá de ser encarado com o espírito único de vitória, num campo onde o “dragão” nunca venceu.

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Vítor Bruno, treinador do FC Porto JOSÉ COELHO / EPA
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Em Bruxelas, onde o FC Porto defronta esta quinta-feira o Anderlecht para a quinta ronda da Liga Europa, o treinador dos "dragões", Vítor Bruno, garante uma equipa com energia, preparada para se reinventar, superar a fase em que se encontra (especialmente no que diz respeito aos resultados longe do Dragão), e deixar os adeptos e toda a estrutura com o sorriso rasgado no rosto.

Em ritmo acelerado, Vítor Bruno procurou enquadrar a situação que se vive no clube, assumindo total responsabilidade pelo momento, recordando que anda há muito tempo no meio para se espantar com realidades como a de viver sempre no fio da navalha, apesar de ter apenas cinco meses como treinador principal, contra uma vida ligada ao futebol.

"Qualquer treinador tem sempre o lugar em risco. Em relação aos adeptos, eles querem muito ganhar. Mas não querem ganhar mais do que nós, como disse o Samu... e bem. Queremos que possam sair com sorriso, pela devoção, pela forma como são apaixonados, como vivem, como sentem. E esse terá de ser o nosso sentimento", desfiou Vítor Bruno.

O treinador dos "azuis e brancos" disse ainda que tentará transformar o sentimento do grupo numa espécie de "revolta". "Não contra ninguém, mas connosco, perante o que não temos feito ultimamente".

Na sequência das declarações do líder do clube, André Villas-Boas, antes da partida para a Bélgica, com palavras de apoio ao treinador, Vítor Bruno preferiu não se alongar em comentários, até porque não tinha ainda condições para comentar.

"Não ouvi e preciso inteirar-me, mas fez o que tinha de fazer. É o líder máximo do clube, que respeito muito, mas é preciso ouvir e depois operacionalizar o que diz, pois defende de forma intransigente os interesses do clube. Ele numa esfera e eu noutra, tentamos fazer o melhor, andar de mãos dadas, sintonizados, alinhados e querer muito que o FC Porto ganhe".

Alheando-se de questões eminentemente políticas, da segurança pessoal e da contestação de que tem sido alvo, Vítor Bruno vincou o "propósito que tem de guiar" a equipa e que passa por alterar o registo dos confrontos com o Anderlecht, na Bélgica, e perceber que o FC Porto nunca ganhou, empatou ou marcou qualquer golo nas quatro ocasiões anteriores.

"Somos positivo,s muito positivos no que fazemos, temos uma crença inabalável. Mas há ciclos e, neste momento, tocou-nos a nós. São fases. Em relação a questões políticas, sinceramente: a parte desportiva é demasiado importante para me perder nisso".

Vítor Bruno sabe que é o rosto mais visível da crise e assume-se como "grande responsável" pelos resultados, embora "durma sempre de consciência tranquila", ciente de que, apesar do ónus e dos rótulos, só quer ver "a equipa de sorriso na cara, porque é gente que merece". "São honestos, sérios, competentes, apaixonados pelo treino e é isso que me dói mais", vincou.

Quanto ao Anderlecht, Vítor Bruno frisa que o FC Porto está "no fio da navalha, com quatro pontos, não há que esconder", mas mesmo querendo muito ganhar e somar sete pontos, não será nenhum drama se não conseguir um triunfo, pois "a prova não acaba aqui".

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