A Cidade do Futebol ficou maior e já não há espaço para mais

Fernando Gomes inaugurou o Arena Portugal, uma expansão da Cidade do Futebol dedicada ao futsal e que terá também o canal televisivo da FPF.

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Fernando Gomes discursa durante a inauguração da nova FPF Arena Portugal, que marca a conclusão da terceira fase da Cidade do Futebol. Oeiras Rui Gaudêncio
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Discursos, muitos e longos, que foram numa única direcção, o legado de Fernando Gomes em 13 anos como presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Nesta terça-feira, inaugurou-se mais um pedaço desse legado, o Arena Portugal, dedicada ao futsal e que também irá receber o Canal 11. Vinte meses a ser levantado do chão, com um custo a rondar os 35 milhões de euros (projecto financiado pela própria federação e com apoio da FIFA e da UEFA, sem dinheiros públicos), este Arena Portugal é a peça final que Fernando Gomes irá acrescentar a esta Cidade do Futebol, inaugurada, ainda na sua forma mais simples, em 2016.

Dificilmente acontecerão outras expansões com outros presidentes. Segundo explicou António Laranjo, responsável pelo projecto, já não há espaço para mais. “Esgotámos a capacidade de construir, agora só árvores”, referiu o engenheiro, ligado ao projecto desde a sua génese, em 2012. “Está nos limites daquilo que é possível construir”, reforçou Fernando Gomes quando falava do historial de toda a Cidade do Futebol, que ocupa um total de oito hectares, sete deles cedidos pelo Instituto Português da Juventude e Desporto e um pela Câmara Municipal de Oeiras.

“Concluiu-se a terceira fase da Cidade do Futebol. Tem muito a ver com o que foi o nosso trajecto no futsal, a conquista do Euro e do Mundial e a promessa de que as selecções teriam espaço para desenvolver o seu talento, para haver continuidade no desenvolvimento do futsal”, referiu o presidente da FPF num discurso efectuado na quadra. Outros discursos se seguiram, como o de Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, ou Pedro Duarte, Ministro dos Assuntos Parlamentares, para além de mensagens gravadas de Gianni Infantino, presidente da FIFA, e Aleksander Ceferin, presidente da UEFA.

O ainda líder da FPF reforçou o lugar cimeiro que esta Cidade do Futebol ocupa entre o que fez desde que assumiu a liderança do organismo – Gomes está no final do seu último mandato e a FPF terá eleições nos primeiros meses de 2025 – ainda não há data e apenas um candidato assumido, Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa, que esteve presente na inauguração do espaço. Pedro Proença, presidente da Liga Portugal e tido como possível candidato, também esteve presente.

“A obra que marca estes 13 anos é, claramente, a Cidade do Futebol por aquilo que foi capaz de congregar em termos de objectivos de criar um espírito de equipa e organização e que, até aqui, não era possível”, referiu Fernando Gomes, já após os discursos, e durante a apresentação de um livro dedicado à Cidade do Futebol. “Em termos globais, a federação investiu cerca de 90 milhões de euros – na primeira fase foram 22 milhões”, acrescentou.

Foi uma cerimónia longa que incluiu vários momentos, Entre os discursos e o lançamento do livro, houve um jogo de futsal que incluiu diversas figuras do desporto português, entre judocas olímpicos (Nuno Delgado, João Pina, Bárbara Timo ou Rochelle Nunes), nadadores (Nuno Laurentino) e antigos internacionais do futebol português, como Pepe, Bruno Alves, Éder, Nani, Ricardo Pereira e Fábio Coentrão. O resultado do jogo, organizado com a chancela da UNAOC (Aliança das Civilizações das Nações Unidas), é o que menos interessa, mas fica o registo da autora do primeiro golo do pavilhão, Catarina Cancels, ex-internacional portuguesa de futsal.

Em toda esta nova expansão da Cidade do Futebol, ainda haverá muita coisa por fazer, porque ainda está tudo vazio – ninguém ainda está ali a trabalhar e o Canal 11 ainda funciona noutro edifício. Uma das coisas por fazer é fixar melhor à parede as mesas para os jornalistas na bancada de imprensa – vieram ao chão logo na parte dos discursos.

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