Borrell pede a Israel que aceite “hoje” o cessar-fogo no Líbano

Responsáveis israelitas vão reunir-se hoje e devem aprovar cessar-fogo com Hezbollah no Líbano.

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O responsável pela políca externa da UE, Josep Borrell REUTERS/Mohamed Azakir
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O responsável pela política externa da União Europeia apelou ao Governo israelita na terça-feira para apoiar uma proposta de acordo de cessar-fogo no Líbano que, segundo diz, tem todas as garantias de segurança necessárias para Israel.

Durante um encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, em Itália, Josep Borrell afirmou que não há desculpa para a não aplicação do acordo com o Hezbollah, apoiado pelo Irão, e acrescentou que deve ser exercida pressão sobre Israel para que o aprove imediatamente.

"Esperemos que hoje [o primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu aprove o acordo de cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos e pela França. Sem mais desculpas. Não há mais pedidos adicionais", afirmou Borrell, criticando os ministros israelitas da linha dura que se manifestaram contra o acordo.

Israel deverá aprovar um plano dos EUA para um cessar-fogo com o Hezbollah na terça-feira, segundo um alto funcionário israelita. Borrell, que afirmou ter discutido as perspectivas de um acordo numa recente viagem ao Líbano, disse que um dos pontos de fricção era a questão de saber se a França deveria ser incluída num comité de controlo da aplicação do cessar-fogo, que os EUA deverão presidir.

Os libaneses pediram especificamente a participação da França, mas os israelitas têm dúvidas. "Este é um dos pontos que ainda faltam", afirmou. Borrell também criticou o que considerou ser a duplicidade de critérios do Ocidente relativamente ao Tribunal Penal Internacional (TPI) e aos mandados de captura para Netanyahu, o seu antigo chefe da defesa e um dirigente do Hamas, por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade no conflito de Gaza.

"Não se pode aplaudir quando o tribunal vai contra [o Presidente russo Vladimir] Putin e ficar em silêncio quando o tribunal vai contra Netanyahu", afirmou, apelando aos Estados-membros da União Europeia para que apoiem o TPI.

A Itália, que detém a presidência do G7, afirmou na segunda-feira que estava a tentar mediar uma posição comum para o grupo sobre a decisão do TPI, mas os progressos são difíceis, uma vez que os EUA afirmaram que não reconhecem a jurisdição do tribunal e opõem-se ao mandado de captura de Netanyahu. O G7 inclui os EUA, Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Canadá e Japão.