PM romeno e candidato de extrema-direita empatados nas eleições presidenciais

Com resultados parciais, Marcel Ciolacu, primeiro-ministro romeno, e Calin Georgescu empatam na primeira volta das eleições presidenciais.

Foto
Ciolacu e Georgescu empatados nas sondagens parciais da primeira volta da corrida presidencial na Roménia ROBERT GHEMENT / EPA
Ouça este artigo
00:00
02:29

O primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, e o crítico da NATO e candidato de extrema-direita, Calin Georgescu ficaram, segundo os resultados parciais, empatados na primeira volta das eleições presidenciais deste domingo, num resultado surpreendente que ameaça a posição da Roménia, firmemente pró Ucrânia.

Depois de contados quase 90% dos votos, Calin Georgescu tinha 22%, enquanto Ciolacu tinha 21,7%. No entanto, os boletins da diáspora romena, que não estão incluídos na contagem principal, mostram uma figura política de centro-direita, Elena Lasconi, em primeiro lugar com 33,4% e Georgescu em segundo.

O presidente da Roménia tem um papel semi-executivo que lhe dá controlo sobre os gastos com a defesa — uma questão difícil, uma vez que Bucareste está sob pressão para manter os objectivos de gastos da NATO durante o segundo mandato de Donald Trump como presidente dos EUA, enquanto tenta reduzir um pesado défice fiscal.

Lasconi disse aos seus apoiantes, após a divulgação das sondagens à boca da urna (que lhe davam uma pequena vantagem sobre Georgescu, com Ciolacu em primeiro lugar) que estava optimista quanto à possibilidade de chegar à segunda volta. “Mas como podem ver, os resultados são muito apertados, vamos esperar pelos resultados de amanhã para nos regozijarmos”, afirmou.

A campanha centrou-se sobretudo no aumento do custo de vida, sendo a Roménia o país da UE com a maior percentagem de pessoas em risco de pobreza.

Georgescu é um antigo membro proeminente do partido de extrema-direita Aliança para a União dos Romenos. Em 2021, apelidou o escudo de defesa antimíssil balístico da NATO, instalado na cidade romena de Deveselu, de “vergonha da diplomacia” e afirmou que a Aliança do Atlântico Norte não protegerá nenhum dos seus membros em caso de ataque da Rússia.

Lasconi, ex-jornalista, juntou-se à União para Salvar a Roménia (USR) em 2018 e tornou-se líder do partido este ano. Acredita no aumento das despesas com a defesa e na ajuda à Ucrânia, e as sondagens sugerem que venceria Ciolacu numa segunda volta.

A Roménia partilha uma fronteira de 650 km com a Ucrânia e, desde que a Rússia atacou Kiev em 2022, permitiu a exportação de milhões de toneladas de cereais através do seu porto de Constanta, no Mar Negro, e forneceu ajuda militar, incluindo a doação de uma bateria de defesa aérea.

“Vai ser uma segunda volta renhida, com o líder social-democrata mais vulnerável a campanhas negativas devido ao facto de ser o primeiro-ministro em exercício”, disse o comentador político Radu Magdin.