Chanceler alemão não concorda com multas para fabricantes de automóveis que não cumpram limites de CO2
“O dinheiro [das multas] deve permanecer nas empresas para a modernização da sua própria indústria, da sua própria empresa”, disse Olaf Scholz aos jornalistas.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou nesta segunda-feira que não devem ser aplicadas multas na União Europeia às empresas automóveis que não cumpram os limites de emissões de carbono.
“O dinheiro deve permanecer nas empresas para a modernização da sua própria indústria, da sua própria empresa”, disse aos jornalistas.
Nesta segunda-feira, o ministro das Finanças e Protecção Climática, Robert Habeck, disse estar aberto à suspensão temporária das multas previstas para o próximo ano, se os fabricantes de automóveis conseguirem compensar os seus limites de CO2 ultrapassando os seus objectivos em 2026 e 2027.
“Relativamente aos limites do parque automóvel, a minha posição é a seguinte: estamos a manter os limites da frota e estamos a ser pragmáticos em relação à transição”, disse Habeck após uma reunião com o ministro da Indústria italiano, Adolfo Urso, em Berlim.
Segundo Habeck, esta medida dará às empresas flexibilidade e um incentivo para progredirem na protecção do clima, sem as obrigar a pagar milhares de milhões em multas.
De acordo com os regulamentos da UE, as emissões médias dos automóveis novos registados em 2025 devem ser 15% inferiores às de 2021, mas a queda nas vendas de veículos eléctricos na Europa, depois de 2023 ter sido um ano recordista, tornou mais difícil atingir este objectivo. Hildegard Mueller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automóvel (VDA, na sigla original), afirmou que existe um fosso entre os objectivos ambiciosos da regulamentação do parque automóvel e o apoio político e os incentivos.
Segundo Mueller, a fraca procura de veículos eléctricos por parte dos consumidores e os desafios económicos estão a dificultar o progresso, apesar do investimento de 410 mil milhões de euros da indústria em investigação e transformação das fábricas até 2028. “Tendo em conta a difícil situação económica, a falta de procura de e-mobilidade por parte dos consumidores e a continuação de condições de enquadramento inadequadas, devem ser evitados mais encargos com possíveis multas em 2025”, disse Mueller à Reuters.
O Ministério da Protecção Climática da Alemanha afirmou, na segunda-feira, que estava a respeitar os limites da frota da UE e os objectivos climáticos no sector dos transportes, mas que uma abordagem flexível ao calendário de pagamento das multas era uma solução viável, tendo em conta os actuais desafios da indústria automóvel.
“Caso contrário, a segurança de planeamento exigida pela indústria seria abandonada e os fabricantes que implementassem os objectivos seriam prejudicados”, disse um porta-voz do ministério à Reuters.