Raízes do hooliganismo em Israel

Classificar os tumultos de Amesterdão como um pogrom anti-semita, branqueando ou ignorando as provocações dos adeptos israelitas, traduz a hipocrisia das condenações morais do genocídio em Gaza.

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A violência que varreu Amesterdão antes e depois do jogo de futebol realizado a 8 de Novembro entre o Ajax e o Maccabi Telavive não se tratou apenas de um caso extremo de hooliganismo futebolístico, mas sim de uma confrontação de natureza política no contexto do conflito israelo-palestiniano, e que teve como causa mais próxima o genocídio em curso em Gaza. Estes tumultos, já aqui abordados por Alexandra Lucas Coelho, foram espoletados na véspera do jogo por hooligans israelitas liderados pela claque Maccabi Fanatics que espalharam o caos na cidade. Cânticos de morte aos árabes, vandalização de edifícios que ostentavam bandeiras palestinianas, agressões a um taxista árabe e slogans obscenos alusivos à chacina de crianças palestinianas em Gaza (“there are no schools in Gaza because there are no children left”), sucedendo-se no dia seguinte no estádio manifestações de desrespeito pelas vítimas das cheias em Valência durante a observação do minuto de silêncio. A divulgação das notícias e imagens destes comportamentos nas redes sociais conduziu à reação violenta contra os adeptos israelitas, amplamente noticiada. Este hoolinagismo por parte dos adeptos do Maccabi Telavive não se trata de um fenómeno pontual, mas retrata uma face da violência que assola o futebol israelita desde a criação do Estado de Israel em 1948.

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