Corpo de rabino assassinado encontrado nos Emirados Árabes Unidos

Rabino da Casa Cahabad tinha desaparecido na quinta-feira. Tinha dupla nacionalidade, israelita e moldava.

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Mercearia kosher Rimon Market, gerida por Zvi Kogan, rabino israelita encontrado morto Stringer / REUTERS
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Um israelita desaparecido nos Emirados Árabes Unidos foi encontrado morto, informou este domingo o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, denunciando a sua morte como um “acto terrorista anti-semita odioso”.

Zvi Kogan, um rabino que trabalhava nos Emirados Árabes Unidos para uma organização judaica ortodoxa chamado Chabad, estava desaparecido desde quinta-feira.

“O Estado de Israel usará todos os meios à sua disposição para levar à justiça os criminosos responsáveis pela sua morte”, declarou o primeiro-ministro.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos não comentou ainda a notícia de que o corpo de Kogan, que também tinha nacionalidade moldava, tinha sido encontrado. O rabino geria uma mercearia kosher numa rua movimentada no Dubai.

A organização Chabad procura estabelecer ligações com judeus religiosos e seculares e, de acordo com o seu site, apoia milhares de visitantes e residentes judeus nos Emirados Árabes Unidos.

As autoridades israelitas voltaram a desaconselhar todas as viagens não essenciais para os Emirados e disseram que quem se encontre actualmente no país devem minimizar os movimentos e permanecer em áreas seguras.

A comunidade israelita e judaica dos Emirados Árabes Unidos tornou-se mais visível desde 2020, quando o país se tornou o Estado árabe mais importante em 30 anos a estabelecer laços formais com Israel, no âmbito de um acordo mediado pelos EUA, nos chamados Acordos de Abraão (seguiram-se acordos com o Bahrein, Marrocos e Sudão).

Os Emirados Árabes Unidos mantiveram o relacionamento durante a guerra Israel-Hamas de 13 meses em Gaza.

No entanto, a presença pública de israelitas e judeus nos Emirados Árabes Unidos parece ter diminuído desde o devastador ataque do Hamas de 7 de Outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, que provocou protestos em todo o mundo.

Membros da comunidade judaica disseram à Reuters que as sinagogas informais no Dubai foram encerradas após o ataque de 7 de Outubro devido a preocupações de segurança, com os judeus a reunir-se em pequenos grupos em casa uns dos outros para as orações e os serviços de shabbat.

A única sinagoga aprovada pelo Governo nos Emirados continua aberta em Abu Dhabi, a capital. Não existem sinagogas oficiais no Dubai, a maior cidade e centro comercial do país.

Não existem estatísticas oficiais sobre o número de judeus ou israelitas que vivem nos Emirados Árabaes Unidos, mas as estimativas de grupos judaicos sugerem que a comunidade é da ordem de vários milhares.